Mercado suíno fecha maio com queda generalizada nos preços

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     Porto Alegre, 3 de junho de 2022 – O mercado brasileiro de suínos apresentou um cenário muito desafiador em maio, com registro de quedas generalizadas nos preços, tanto para o quilo vivo quanto para os cortes negociados no atacado.

     Para o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, o declínio se deve ao quadro de oferta excedente. “A dificuldade para escoar a carne e os estoques cheios levaram os frigoríficos a atuar de maneira retraída na compra de animais durante todo o mês passado, derrubando o poder de negociação dos suinocultores. Estes não viram outra opção a não ser vender a preços baixos, em um ambiente de grande oferta. Diante do cenário bastante delicado, de prejuízos crescentes e futuro incerto, uma parcela de suinocultores optou por acelerar as vendas”, analisa.

     Conforme Allan, fica a ressalva de que a melhora de um cenário para a suinocultura passa necessariamente por um ajuste na produção, de modo a buscar um reequilíbrio entre custo e preço.

     Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou a média de preços do quilo vivo no país recuou 14,07% no mês de maio, passando de R$ 5,79 para R$ 4,98. A média preços pagos pelos cortes de pernil no atacado caiu 10,84%, de R$ 10,01 para R$ 8,93. A carcaça teve baixa de 16,53%, passando de R$ 9,45 para R$ 7,89.

     Uma boa notícia ao setor ao longo da semana foi que as exportações brasileiras de carne suína poderão ser beneficiadas pelas cotas de importação com tarifa zero anunciadas esta semana pelo Governo da Coreia do Sul para a importação de carne suína, segundo avaliação da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

     A Coreia do Sul, um dos principais destinos das exportações brasileiras de carne de frango e um dos maiores importadores globais de carne suína, deverá liberar a partir de junho cota de 50 mil toneladas sem tarifa de importação. 

     A cota é aberta para todos os países que detém plantas habilitadas para exportar para o mercado sul-coreano, incluindo o Brasil. Atualmente, apenas unidades produtoras do estado de Santa Catarina (que até pouco tempo era a única unidade federativa reconhecida como livre de aftosa sem vacinação) estão habilitadas a embarcar carne suína para o país asiático. Espera-se que logo os estados como o Paraná e o Rio Grande do Sul também sejam reconhecidos pelos sul-coreanos, na esteira do reconhecimento destes estados como livres de aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH, sigla em inglês).

     A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo passou de R$ 135,00 para R$ 101,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 5,10. No interior do estado a cotação mudou de R$ 5,95 para R$ 4,75.

     Em Santa Catarina o preço do quilo na integração permaneceu em R$ 5,10. No interior catarinense, a cotação baixou de R$ 5,90 para R$ 4,60. No Paraná o quilo vivo passou de R$ 5,75 para R$ 4,60 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo retrocedeu de R$ 5,30 para R$ 5,20.

     No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande recuou de R$ 5,20 para R$ 4,70, enquanto na integração o preço continuou em R$ 5,00. Em Goiânia, o preço baixou de R$ 6,70 para R$ 5,30. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno passou de R$ 6,90 para R$ 5,70. No mercado independente mineiro, o preço caiu de R$ 7,00 para R$ 5,90. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis retrocedeu de R$ 5,25 para R$ 4,65. Já na integração do estado o quilo vivo seguiu em R$ 5,00.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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