Porto Alegre, 22 de julho de 2022 – Mesmo estando sobrevalorizado em relação ao mercado norte-americano, o espaço para queda do algodão no âmbito doméstico é limitado pela escassez de oferta que se espera nos últimos meses de entressafra. “O ingresso de pluma nova, depois do beneficiamento da colheita, deve ganhar corpo apenas a partir do mês de outubro”, destaca o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Carlos Barabach.
“Quando o mercado tem uma oferta enxuta, o normal é que as cotações se afastem da paridade de exportação e se aproximem da de importação”, explica o analista. O primeiro movimento (de afastamento da paridade de exportação) visa impedir a saída dos lotes remanescentes ao exterior: Para isto, a indústria nacional paga um ágio. O segundo determina a linha de resistência para as cotações domésticas e é o ponto a partir do qual as opções estrangeiras passam a ser mais atrativas no mercado brasileiro.
A indicação média no CIF do mercado paulista ficou em R$ 6,02 por libra-peso no dia 20 de julho. Em comparação ao mesmo período do mês de junho, acumula uma queda de 19,7%. No acumulado de um ano, os ganhos ainda chegavam a 1,9%. No FOB exportação do porto de Santos/SP, o valor de referência era 20,2% superior ao contrato de maior liquidez na Ice Futures (dez/22), com a pluma cotada a 111,57 centavos de dólar por libra-peso.
As exportações brasileiras de algodão bruto somaram 13,699 mil toneladas até a terceira semana de julho (11 dias úteis), com média diária de 1,245 mil toneladas. A receita com as vendas ao exterior totalizou US$ 34,208 milhões, com média diária de US$ 3,109 milhões. As informações são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Em relação à igual período do ano anterior, houve recuo de 55% no volume diário exportado (2,770 mil toneladas diárias em julho de 2021). Já a receita diária teve decréscimo de 32,6% (US$ 4,611 milhões diários em julho de 2021).
Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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