Porto Alegre, 3 de setembro de 2021 – O mercado brasileiro de arroz encerrou o mês de agosto com ganhos acumulados. Na média do Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, a saca de 50 quilos de cereal em casca encerrou cotada a R$ 76,81, alta de 2,01% frente ao mês de julho. Mas ainda estava 18,72% mais baixo quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana, a seca está prejudicando o plantio de arroz no Rio Grande do Sul, que começa nas próximas semanas. “A previsão é de uma área menor por causa da falta de água para irrigação”, estima. O estado representa cerca de 70% da produção nacional e mais da metade das lavouras são irrigadas. “O ciclo do grão dura, em média, 100 dias, e caso falte água durante este processo, a planta pode ter perdas de até 100%”, pondera.
Ano passado, o estado plantou um pouco menos de 1 milhão de hectares do cereal. “Para próxima safra, é esperado o plantio de menos de 950 mil hectares do cereal”, prevê Viana. “Além destes problemas hídricos no Hemisfério Sul, os preços menos remuneradores e os maiores custos de insumos pressionam produtores a reduzirem sua área para safra nova”, explica.
A produção mundial de arroz em 2021/22 deverá totalizar 519,1 milhões de toneladas, contra 514,3 milhões do ano anterior. A estimativa faz parte do relatório de setembro do Sistema de Informação do Mercado Agrícola (AMIS), órgão do G-20 para divulgar dados de oferta e demanda das principais commodities globais. A previsão anterior era de 519,5 milhões de toneladas. O corte na estimativa foi promovido em decorrência das revisões para baixo nas safras do Irã, do Japão e dos Estados Unidos, que suplantaram a expectativa mais positiva para a produção vietnamita.
Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS
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