Mercado exige capacitação para comercializar e entender o preço do milho

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O mercado de milho brasileiro deixou de se concentrar apenas no ambiente interno da comercialização para compor o restrito conjunto de exportadores mundiais.

Desde 2000, quando embarcamos os primeiros navios na exportação, a formação do preço do milho passou a sofrer diretamente com os fatores externos. Desta forma, o Brasil assumiu a segunda/terceira posição na exportação global e passou a ter a sua tradicional forte demanda interna somada a uma forte demanda de exportação.

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As modificações deste contexto geraram alterações profundas na forma de administrar a comercialização interna e passaram a exigir a utilizações de um maior conjunto de informações e de atitudes estratégicas para decisões de compra ou de venda, bem como de utilização de derivativos para proteções e gerenciamento dos riscos de volatilidade de preços.

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A era brasileira da exportação de milho

Em 2000, o Brasil inaugurou a era da exportação de milho. O país não adentrou a este restrito mercado internacional apenas pela qualidade da sua produção, mas, pelas necessidades crescentes mundiais para atendimento das demandas.

A demanda mundial de milho cresce 120/130 milhões de toneladas a cada quinquênio bem acima da soja que cresce, em média 40 milhões de toneladas. Desta forma, os exportadores mundiais tradicionais como Estados Unidos e Argentina não ofereciam esta garantia de abastecimento futuro e novos exportadores precisavam ser inseridos neste processo.

Neste ponto, os novos grandes exportadores são Brasil e Ucrânia. A Ucrânia é uma realidade mais recente, mas, o Brasil já está estruturado como forte vendedor internacional.

Até este período o Brasil desenvolvia basicamente o seu mercado interno, estava no início dos avanços de plantio da 2ª Safra ou apelidada de Safrinha e dependia mais de operações de governo na compra e venda de estoques, subsídios para viabilizar transporte de longas distancias e estava mais condicionado a depender de importações.

A questão toda passou a se alterar quando os produtores brasileiros passaram a tentar a viabilização de duas safras plantadas no ano. Este movimento inicial foi do Paraná e depois seguiu para o Centro-Oeste do país.

Para isso, cedemos uma área de milho de verão para a soja e passamos a absorver uma área de inverno, pouco cultivada e disponível, para um plantio de milho pós-soja. Neste contexto a produção de milho de segunda safra explodiu e passamos a ter excedentes representativos de 20/30/40 milhões de toneladas por ano.

Naturalmente, este excedente de produção gerado a cada ano precisa ter um escoamento. Neste ponto, a exportação surgiu como grande variável de liquidez e escoamento destes excedentes. A configuração da estrutura de portos do Arco Norte colaborou sensivelmente para este contexto de viabilização.

Fatores que influenciam a comercialização e formação do preço do milho

Hoje, o Brasil dispõe de uma média de volume exportável de 35/40 milhões de toneladas, em condições normais de produção. Este contexto para a comercialização foi plenamente alterado ao longo da história do mercado de milho.

Anteriormente, o foco era o abastecimento interno, no qual o governo acabava retirando excedentes do período de colheita, por preço de milho muito baixo, e realocando para os consumidores na entressafra, com preços mais altos.

Desta forma, a comercialização se concentrava no ambiente das decisões de governo e neste fluxo de estoques oficiais. Com a entrada dos exportadores, a comercialização se modificou plenamente.

Um grande agente comprador, a trading, passou a assumiu o controle do mercado no segundo semestre, período de colheita da safrinha, baseado na formação de preço internacional, ou seja, preços nos portos. Os preços nos portos são formados pela Bolsa de Chicago + Prêmios + Câmbio.

Esta identificação do mercado interno com preço de porto passou a alterar as relações de comercialização interna.

O governo desapareceu como agente regulador do abastecimento e controle de excedentes. As tradings passaram a atuar agressivamente nos contratos para entrega futura, um mecanismo em que os consumidores de mercado interno demoraram para se adaptar. A safrinha começou a ter lastro nas tradings para viabilizar o plantio e comercialização. No exterior, o mercado passou a entender o milho brasileiro com oferta no segundo semestre e com padrão de qualidade aceitável para os consumidores. Desta forma, a sensibilidade do mercado de milho se tornou muito mais acentuada.

Agregamos os fatores internos de demanda, que são expressivos, com os fatores internacionais. Isto vem tornando o mercado brasileiro, um mercado que necessita de readequação no aprendizado para estabelecer estas novas relações de formação de preços e atitudes de gerenciamento de risco. Quando se associa um mercado de forte demanda interna com movimento agressivo de exportação os níveis de risco de preços, alta ou baixa, crescem substancialmente.

Desta forma, para melhorar as estratégias de comercialização é preciso entender dois pontos fundamentais:

  • Aprimorar as visões de formação de preços do milho no mercado brasileiro
  • Compreender as novas sazonalidades, efeitos externos e variáveis internas

Em seguida, absorver a utilização dos derivativos em Bolsa para gerenciar o risco de preço parece uma atitude inevitável para inibir a exposição de custos para os consumidores e de pressões de rentabilidade para os produtores.

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