Mercado brasileiro de trigo teve poucos negócios e agentes adotaram postura cautelosa

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Porto Alegre, 13 de janeiro de 2023 – O mercado brasileiro de trigo seguiu em ritmo lento na última semana. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, os produtores seguem mirando o mês de fevereiro para voltar a negociar. O primeiro mês do ano tende a ser arrastado, o que é tradicional para o período.

A postura dos agentes é de cautela, aguardando melhores condições para negociar. A expectativa é de novas reposições nas principais redes varejistas no mês que vem, o que deve gerar uma maior demanda pela matéria-prima por parte da indústria.

O viés dos preços segue baixista após a colheita de uma safra recorde no Brasil. A quebra na safra argentina, que já teve sua ceifa finalizada, atua como fator limitador de queda. “As fortes quedas nos preços internacionais e o dólar mais fraco também contribuíram, reduzindo a paridade e favorecendo o avanço dos negócios de importação”, disse.

Diante da escassez de oferta de maior qualidade no Paraná, a busca pelo trigo para panificação é direcionada para o Rio Grande do Sul. Outra opção é a importação dos países vizinhos do Mercosul.

O ano, no entanto, deve ser positivo para o setor, considerando as boas condições de preços na temporada. As exportações devem atingir 3 milhões de toneladas, colocando o Brasil como um grande player nesse cenário.

Ao mesmo tempo, seguem as pressões geopolíticas sobre os preços, com os desdobramentos da guerra na Ucrânia, com a recessão da economia chinesa, as oscilações do petróleo e de outras commodities. “Tudo isso deve contribuir para que o trigo patine ao redor do patamar de US$ 7,45 por bushel em Chicago”, disse. “Ainda assim, o panorama é de ótimos negócios na temporada”, comemorou o analista.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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