Mercado de milho no Brasil deve ter dia travado, com Chicago volátil

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milho

     Porto Alegre, 29 de junho de 2022 – O mercado brasileiro de milho deve registrar uma quarta-feira de cautela nos negócios, acompanhando o cenário de volatilidade na Bolsa de Mercadorias de Chicago. A baixa do dólar frente ao real deve travar os negócios de milho na exportação. O avanço da colheita da safrinha também deve contribuir para pressionar as cotações do cereal no mercado físico.

     O mercado brasileiro de milho registrou preços de estáveis a mais baixos para a safrinha nesta última terça-feira (28). O analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, disse que os negócios seguiram lentos, com os consumidores ainda aguardando o avanço da colheita da safrinha nos estados para tomar uma posição mais contundente em relação aos seus estoques.

     “Os produtores passaram a reter oferta, na expectativa de alguma alta das cotações, que pode acontecer, mesmo que de maneira momentânea, de acordo com os números apresentados pelo USDA no próximo dia 30”, apontou Iglesias.

     No Porto de Santos, o preço ficou entre R$ 90,00 (compra) a R$ 94,00 (venda) a saca (CIF) para junho. Já no Porto de Paranaguá, cotação entre R$ 90,00/94,00 a saca para junho.

     No Paraná, a cotação ficou em R$ 84,00/87,00 a saca em Cascavel. Em São Paulo, preço de R$ 83,00/87,00 na Mogiana. Em Campinas CIF, preço de R$ 86,00/89,00 a saca.

     No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 92,00/94,00 a saca em Erechim. Em Minas Gerais, preço em R$ 80,00/81,00 a saca em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$ 78,00/R$ 82,00 a saca em Rio Verde – CIF. No Mato Grosso, preço ficou a R$ 70,00/75,00 a saca em Rondonópolis.

CHICAGO

* Os contratos com entrega em setembro de 2022 operam com alta de 1,25 centavos em relação ao fechamento anterior, ou 0,18%, cotada a US$ 6,71 por bushel.

* Em uma sessão de consolidação, o mercado oscila entre os territórios positivo e negativo, dentro de pequenas margens. Como fator de suporte, os preços do petróleo seguem com boa valorização. Por outro lado, o cenário de aversão ao risco segue presente, afetando desempenho dos mercados

inflacionários. As bolsas europeias operam em queda majoritária e os índices asiáticos também encerraram o dia no território negativo.

* Os investidores estão em compasso de espera pelos relatórios de área plantada e de estoques trimestrais de milho na posição 1 de junho, que serão divulgados nesta quinta-feira.

* O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulga na quinta-feira (30), às 13h, seu relatório de área plantada e a expectativa do mercado é de que ela possa ocupar 89,693 milhões de acres na safra 2022/23, volume que fica acima dos 89,49 milhões de acres estimados em março. A área, entretanto, deve ficar abaixo dos 93,357 milhões de acres cultivados na temporada 2021/22.

* O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulga na quinta-feira (30), às 13h, o relatório de estoques trimestrais na posição 1 de junho e o mercado espera que eles sejam indicados em 4,330 bilhões de bushels, volume que fica acima dos 4,111 bilhões de bushels indicados na posição 1 de junho de 2021. Na posição 1 de março de 2022, os estoques haviam sido indicados em

7,85 bilhões de bushels.

* Ontem (28), os contratos de milho com entrega em setembro fecharam a US$ 6,69 3/4 por bushel, ganho de 8,50 centavos de dólar, ou 1,28%, em relação ao fechamento anterior. A posição dezembro de 2022 fechou a sessão a US$ 6,59 1/4 por bushel, alta de 6,25 centavos, ou 0,95% em relação ao fechamento anterior.

CÂMBIO

* O dólar comercial registra baixa de 0,60% a R$ 5,2350. O Dollar Index registra alta de 0,03% a 104,53 pontos.

INDICADORES FINANCEIROS

* As principais bolsas da Ásia encerraram em baixa. Xangai, -1,40%; Tóquio, -0,91%.

* As principais bolsas na Europa registram índices majoritariamente em baixa. Londres, +0,10%; Paris, -0,88% e Frankfurt, -1,26%.

* O petróleo opera em alta. Agosto do WTI em NY: US$ 113,43 o barril (+1,49%).

AGENDA

– A posição dos estoques de petróleo dos EUA até sexta-feira da semana anterior será publicada às 11h30 pelo Departamento de Energia (DoE).

—–Quinta-feira (30/06)

– Japão: A leitura da produção industrial de maio será publicada na noite anterior pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria.

– Reino Unido: A leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2022 será publicada às 3h pelo departamento de estatísticas.

– Alemanha: A taxa de desemprego de junho será publicada às 4h55 pela agência federal de emprego.

– Eurozona: A taxa de desemprego de maio será publicada às 6h pelo Eurostat.

– O Banco Central divulga, às 8h, o Relatório Trimestral de Inflação.

– O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga, às 9h, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Mensal

referente a maio.

– O Banco Central divulga, às 9h30, os dados das Estatísticas Fiscais.

– O Ministério do Trabalho divulga o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) referente a maio.

– Exportações semanais de grãos dos EUA – USDA, 9h30min.

– Relatório de área plantada de grãos nos Estados Unidos por parte do Departamento de Agricultura do país, 13h.

– Relatório de estoques trimestrais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos na posição 1 de junho, 13h.

– Dados de desenvolvimento das lavouras argentinas – Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 15hs.

– Dados das lavouras no Rio Grande do Sul – Emater, na parte da tarde.

—–Sexta-feira (1/07)

– Japão: A taxa de desemprego de maio será publicada na noite anterior pelo departamento de estatísticas.

– Eurozona:A leitura preliminar do índice de preços ao consumidor de junho será publicada às 6h pela Eurostat.

– O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga, às 9h, o Indice de Preços ao Produtor (IPP) – Indústrias Extrativas e de Transformação referente a maio.

– Relatório de condições das lavouras da Argentina – Ministério da Agricultura, na parte da manhã.

– Dados de desenvolvimento das lavouras no Mato Grosso – Imea, na parte da tarde.

     Revisão: Pedro Diniz (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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