Logo (4)
COTAÇÕES
Dólar
Euro

Mercado aposta em alta de 0,50 ponto na Selic, comunicado cauteloso e deixando próximo passo em aberto

Links deste artigo

São Paulo, 6 de maio de 2025 – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne hoje e amanhã para discutir o futuro da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, para os próximos 45 dias. A decisão será anunciado no final da quarta, a partir das 18h30.

 

Na avaliação da maior parte do mercado, a Selic deverá ter alta de 0,50 ponto percentual para 14,75% ao ano. O mercado vai voltar as suas atenções para o comunicado e se o Comitê sinalizará ou não um guidance para a próxima reunião.

 

Ontem, o boletim Focus do Banco Central, que compila as projeções do mercado, reduziu a sua estimativa para a Selic no final do ano de 15% para 14,75% ao ano. Se o aumento de 0,50 ponto for confirmado, pela previsão do Focus, este seria o último ajuste no ciclo de alta.

 

O BTG Pactual mantém expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) realizará uma alta de 50 pontos-base, elevando a Selic para 14,75% ao ano. “Na reunião de março, o Copom sinalizou novos aumentos, embora em um ritmo mais lento. Apesar dessa indicação de desaceleração, a comunicação como um todo foi interpretada como mais hawkish (dura) do que o esperado inicialmente”, alerta o banco, em relatório.

 

Segundo o banco, a escalada nas tensões comerciais globais introduziu novas incertezas no cenário internacional. “Para o Brasil, no entanto, os efeitos esperados são de natureza desinflacionária, embora algumas dúvidas persistam. Além disso, já está em andamento uma agenda doméstica de estímulos pelo lado da demanda, que pode neutralizar esses efeitos desinflacionários”.

 

O cenário doméstico, marcado por inflação elevada, hiato do produto ainda apertado e expectativas desancoradas, continua exigindo uma postura firme do Banco Central. “Assim, continuamos projetando um aumento adicional de 25 pontos-base na reunião de junho, levando a taxa terminal da Selic a 15,00% ao ano, com a política monetária permanecendo em território restritivo por um período prolongado. Dito isso, a probabilidade dessa alta final diminuiu, e estaremos atentos à comunicação do Comitê”.

 

Os membros do Copom vêm enfatizando que a incerteza global exige cautela adicional e flexibilidade na condução da política monetária. “Assim, acreditamos agora que o Comitê elevará a taxa Selic em 0,50 p.p. esta semana, ao invés da alta de 0,75 p.p. considerada em nosso cenário anterior”, aponta a XP, em relatório.

 

“Em nossa opinião, não haverá sinalização no comunicado sobre o que o Copom pretende fazer na reunião de junho. Nenhuma sinalização, por definição, não significa que os juros ficarão parados no próximo mês”, alerta o documento.

 

A SulAmérica lembra que o BC adotou um tom mais dovish nas reuniões paralelas do Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril, destacando os riscos do ambiente externo e a importância de manter flexibilidade. “Ainda assim, projetamos uma alta de 50 pontos-base na Selic nesta reunião, diante de uma inflação pressionada, expectativas desancoradas e uma atividade que segue resiliente”.

 

A SulAmérica vê espaço para o Comitê de Política Monetária (Copom) reforçar seu compromisso com a convergência da inflação e sinalizar que poderá avaliar nova alta em junho, caso o balanço de riscos não melhore.

 

O Itaú espera uma alta unânime da taxa Selic em 50 pontos base, para 14,75% a.a., seguindo a sinalização de elevação adicional e de menor magnitude da última reunião. “Observando o contexto para essa reunião, temos, por um lado, desaceleração gradual da atividade doméstica e maior incerteza externa, com potencial impacto líquido desinflacionário’, aponta o Itaú, em relatório. “Por outro, as expectativas de inflação desancoradas (embora tenham parado de piorar), o hiato positivo e as projeções do próprio Banco Central indicam, neste momento, a necessidade de seguir avançando em território contracionista”, completa.

 

Segundo o Itaú, o balanço de riscos deve permanecer assimétrico para cima, ainda que de forma menos acentuada que na reunião anterior, devido à evolução do cenário externo. “Contribui nessa direção a qualificação de um ambiente menos inflacionário para economias emergentes, decorrente de choques sobre o comércio internacional e condições financeiras globais”.

 

O Goldman Sachs também trabalha com alta de 50 pontos-base na Selic. “O Copom deve manter tom cauteloso, evitando sinalizar o fim do ciclo de alta e deixando em aberto uma possível alta residual em junho”, completa.

 

No comunicado pós-reunião, “prestaremos atenção especial às projeções para o final de 2025 e para o quarto trimestre de 2026 (o horizonte relevante abrange seis trimestres à frente) e à magnitude do desvio em relação à meta de 3,00%. Essas projeções serão fundamentais para calibrar a trajetória da Selic e a profundidade do ciclo de alta”.

 

O estrategista-chefe da BGC Liquidez , Daniel Cunha, ajustou a sua projeção para as duas próximas reuniões do Comitê, revisando de uma alta de 75bps + 50bps para uma de 50bps + 25bps, levando a Selic a 15% (em vez de 15,5%), reconhecendo o risco de que o aumento final, em junho, talvez nem ocorra.

 

“No geral, nossa equipe ainda projeta o IPCA acima de 6% neste ano, puxado por uma composição preocupante e por medidas de estímulo em andamento, como expansão do crédito privado e reformas do imposto de renda, com uma eleição altamente disputada no horizonte de 2026”, disse.

 

O cenário-base de Cunha é de um tom mais hawkish do que o precificado na curva de DI, sem cortes até o segundo trimestre de 2026. “Se a reunião nesta semana confirmar essa postura relativamente mais dura, eu continuaria vendendo picos do dólar e começaria a considerar posições mais longas/flatteners”, apontou em relatório.

 

 

Dylan Della Pasqua / Safras News

 

Copyright 2025 – Grupo CMA

Compartilhe

  • Deixe uma resposta
    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *
PLATAFORMA SAFRAS

Ganhe uma visão uniforme e aprofundada do agronegócio com a Plataforma Safras: acesse análises, preços comerciais, fretes, paridades, estatísticas, indicadores, notícias, gráficos e baixe relatórios em um único lugar!

TUDO SOBRE O AGRONEGÓCIO

 GLOBAL EM UM SÓ LUGAR

Ver Pacotes
Group 139 1

CADASTRE SEU E-MAIL E FIQUE POR DENTRO DAS INFORMAÇÕES SOBRE O AGRONEGÓCIO.

Cadastrar