São Paulo, SP – A Embraer divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25), com prejuízo líquido ajustado de R$ 428,5 milhões, acima do prejuízo ajustado de R$ 63,5 milhões registrado no mesmo período do ano passado (1T24).
O Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de totalizou R$ 620,6 milhões, alta de 165,7% em relação ao 1T24. Já a margem Ebitda ajustada foi de 9,7%, alta de 4,4 pontos percentuais em comparação ao 1T24.
A receita consolidada foi de R$ 6,4 bilhões, alta de 44% em relação ao mesmo período do ano anterior. Defesa & Segurança foi o destaque do trimestre, com aumento superior a duas vezes na receita ano sobre ano. Aviação Executiva e Serviços & Suporte também apresentaram bom desempenho, com aumentos de 57% e 37% em relação ao mesmo período do ano anterior, respectivamente. A receita da Aviação Comercial foi 16% superior no mesmo período.
O EBIT ajustado foi de R$ 359,2 milhões, com margem de 5,6%, excluindo R$ 63,3 milhões de itens extraordinários (ou seja, despesas da Eve). O EBIT reportado foi de R$ 295,9 milhões, com margem de 4,6% em comparação com R$(19,1) milhões no ano anterior (margem de -0,4%), devido aos maiores volumes, mix de produtos e menores despesas da Aviação Executiva.
A Embraer, individualmente, investiu um total de R$ 433,7 milhões no 1T25, em comparação com R$ 437,4 milhões no 1T24. As despesas de capital (capex) totalizaram R$ 217,1 milhões (R$ 140,8 milhões no mesmo período do ano anterior), as adições líquidas ao programa Pool (peças de reposição) somaram R$ 74,6 milhões (R$ 71,7 milhões no mesmo período do ano anterior), adições líquidas ao intangível R$94,3 milhões (R$ 174 milhões no mesmo período do ano anterior) e R$ 47,7 milhões em pesquisa (R$ 50,9 milhões no mesmo período do ano anterior).
A posição de liquidez da Embraer permanece forte, já que sua posição de caixa em bases consolidadas atingiu R$ 9,9 bilhões no final do 1T25, e é complementada por sua linha de crédito rotativa (RCF; Revolver Credit Facility na sigla em inglês) de US$ 1 bilhão (equivalentes a R$ 5,7 bilhões baseados na cotação do dólar de 31 de março de 2025).
A dívida líquida sem Eve fechou o 1T25 em R$ 2,688 bilhões, inferior aos R$ 5,237 bilhões registrado no mesmo período de 2024.
A Embraer entregou 30 jatos no 1T25, sendo 7 jatos comerciais (3 E195-E2 e 4 E175-E1) e 23 jatos executivos (14 leves e 9 médios); +20% acima das 25 aeronaves entregues no ano anterior. O número de entregas para a Aviação Executiva foi 28% maior em relação ao 1T24, enquanto a Aviação Comercial permaneceu estável. Não houve entregas para Defesa e Segurança.
A carteira de pedidos da empresa atingiu US$26,4 bilhões no 1T25, um aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano anterior, superando o recorde histórico registrado no 4T24. Em comparação ao ano anterior, a carteira total aumentou 25%, com destaque para Defesa & Segurança e Aviação Executiva, cujos pedidos aumentaram 73% e 66%, respectivamente. Serviços & Suporte, por sua vez, cresceu 49%, enquanto a Aviação Comercial recuou 10% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Estimativas
Do ponto de vista operacional, a Embraer estima entregas da Aviação Comercial entre 77 e 85 aeronaves (+10% do ponto médio no comparativo anual), e entregas na Aviação Executiva entre 145 e 155 (+15% no comparativo anual). Do ponto de vista financeiro, a empresa estima receitas na faixa de US$7,0 e 7,5 bilhões (+13%), margem EBIT ajustada entre 7,5% e 8,3% e fluxo de caixa livre ajustado de US$200 milhões ou maior. A companhia destaca que os resultados do primeiro trimestre não foram afetados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos (EUA).
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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