Porto Alegre, 5 de agosto de 2022 – A indústria brasileira têxtil segue em ritmo cadenciado, com interesse isolado pelo algodão. “Já do lado das tradigns está aparecendo mais procura, porém o produtor continua dosando a oferta diante dos atuais níveis de preço”, explica o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Carlos Barabach.
Nesta quinta-feira (4), a pluma brasileira era cotada a R$ 5,95 por libra-peso no CIF do polo industrial de São Paulo, ante R$ 6,05 por libra-peso no dia 28 de julho. Em relação ao mesmo momento do mês passado, apresentava uma queda de 2,46%. Já, no cumulado de um ano, os ganhos ainda eram de 17,94%.
No FOB exportação do porto de Santos/SP, o produto nacional ficou indicado a 112,66 centavos de dólar por libra-peso no dia 4, uma alta de 1,07% em relação ao dia anterior. O valor de referência contra o contrato dezembro/22 fechou 19,07% superior. Há uma semana, era de 24,2% mais alto.
Segundo relatório mensal do Comitê Internacional do Algodão (Icac), o mercado encara um futuro muito incerto nos próximos meses. A falta de chuvas no Texas, principal região de produção nos Estados Unidos, limitará o tamanho da safra 2022/23 do país.
Praticamente todo o algodão não irrigado no oeste do Texas já foi abandonado e os agricultores estão começando a se afastar da pluma irrigada também. As condições macroeconômicas acabaram assustando muitos especuladores, provocando grande queda nos preços.
Uma recessão global real não é necessária para abalar os mercados, mas o medo de que possa haver uma recessão é suficiente para reduzir a demanda do algodão.
É possível que o déficit possa ser mitigado por boas colheitas nos outros países mais produtores do mundo, mas não há garantia de que isso aconteça.
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Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS