Porto Alegre, 14 de fevereiro de 2023 – São Martinho, um dos maiores produtores de açúcar e etanol do Brasil, divulgou seus resultados referente ao terceiro trimestre do ano safra 2022/23.
O EBITDA ajustado totalizou R$ 774,9 milhões no 3T23 (-13,2%), com margem EBITIDA de 50,5%. A variação no período reflete, principalmente, o menor preço médio de comercialização do etanol (-15,7%)1 no mercado doméstico parcialmente compensado pelo prêmio de exportação do combustível.
O EBIT ajustado somou R$ 357,2 milhões no 3T23 (-35,8%), com margem de 23,3%. O lucro líquido foi de R$ 429,7 milhões (-38,3%) no 3723.
O lucro caixa somou R$ 405,8 milhões (-36,5%) no 3T23, enquanto o fluxo de caixa operacional2 totalizou R$ 1.289,4 milhões no 9M23 – redução de 4,2% em relação ao 9M22.
Em 31 de dezembro de 2022, as fixações de preço de açúcar para a safra 22/23 totalizavam ~349 mil toneladas, a um preço de ~R$ 2.509/ton1. Para a safra 23/24, as fixações totalizavam ~533 mil toneladas de açúcar (entre 50% e 60% da cana própria, dependendo da produção da próxima safra) a um preço de ~R$ 2.316/ton1.
Conforme mencionado nos trimestres anteriores, a partir do exercício encerrado em 31 de março de 2020, a Companhia adotou o IFRS 16 – Arrendamentos, que introduz um modelo único de contabilização de arrendamentos e parcerias agrícolas no balanço patrimonial. O direito de uso do ativo foi reconhecido como um ativo e a obrigação dos pagamentos como um passivo.
Destaques Operacionais
Ao final do período de moagem da safra 2022/23, a Companhia processou aproximadamente 20,0 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, em linha com o volume processado na safra anterior. A performance decorre dos efeitos das condições climáticas ocorridas ao longo da safra 2021/22 – período de seca prolongado e geadas (que ocorreram em julho/21 em parte dos canaviais). O início da moagem nas unidades Usina São Martinho e Usina Santa Cruz foi postergado para a 2ª quinzena de abril/22, processo parcialmente compensado pelo encerramento tardio do período de moagem.
Considerando a redução de 4,5% no nível de ATR médio, o total de ATR produzido neste primeiro semestre da safra resultou volume 4,0% inferior em relação ao mesmo período da safra passada.
Mercado de Açúcar
A região Centro-Sul do Brasil produziu cerca de 33,5 milhões de toneladas de açúcar no acumulado de 2022/23, uma expansão de aproximadamente 4,4% em relação ao mesmo período da safra anterior, decorrente, principalmente, da melhor produtividade da safra.
A evolução do preço de açúcar, em US$ c/p, ao longo da safra 2022/23 foi sustentado por pressões de produção do adoçante. Em Real (R$/ton) o preço ao produtor brasileiro segue similar trajetória de crescimento positivo.
Em 31 de dezembro/22, cerca de 349 mil toneladas de açúcar estavam fixadas para a safra 22/23, a um preço próximo de R$ 2.509¹/ton, representando uma evolução em relação aos preços realizados na safra anterior.
Mercado de Etanol
A região Centro-Sul do Brasil produziu cerca de 27,7 bilhões de litros de etanol, uma redução de 3,3% em relação à safra anterior. O preço médio de etanol atingiu patamares menores na safra 2022/23 (em relação a 2021/22) decorrente da variação do preço do petróleo e do impacto das medidas tributárias, aprovadas entre maio e agosto de 2022 e prolongadas para os dois primeiros meses de 2023.
Receita Líquida
A receita líquida da São Martinho fechou o 3T23 em linha com igual período de 21/22 totalizando R$ 1.534,7 milhões, resultado de menores preço de comercialização de etanol (-13,5% vis-à-vis 3T22) e maiores preços de açúcar (+13,2%). No acumulado dos nove meses de 22/23, a receita somou R$ 4.826,7 milhões, representando um crescimento de 12,8% vis-à-vis 9M22, reflexo dos maiores preços de açúcar (+18,4%) e etanol (+4,2%) com foco na comercialização para o mercado externo.
A receita líquida das vendas de açúcar alcançou R$ 577,8 milhões ao final do 3T23, um crescimento de 20,3% em relação ao mesmo período da safra anterior, devido aos melhores preços (+13,2%) praticados no período.
Para o acumulado do 9M23, a receita líquida totalizou R$ 1.659,7 milhões permanecendo em linha com 9M22 reflexo da combinação de menores volumes comercializados (-16,0%) e maiores preços (+18,4%).
A receita líquida das vendas de etanol apresentou queda de 10,2% no 3T23 (em relação 3T22) somando R$ 853,4 milhões decorrente dos menores preços (-13,5%) praticados no período. No 9M23, a receita líquida apresentou uma expansão de 21,8% totalizando R$ 2.689,8 milhões motivados pelo maior volume de exportação com melhores preços.
No 3T23 foram comercializados cerca de 127 mil CBIOs, com preço médio líquido de R$ 71,7/CBIO (líquido de PIS/Cofins e IR de 15%. No período acumulado da safra foram comercializados 622,9 mil CBIOs com preço médio de R$ 85,6/CBIO.
A receita líquida de comercialização de energia elétrica totalizou R$ 49,9 milhões no 3T23, apresentando uma expansão de 16,3% em relação ao 3T22, devido ao maior preço spot (PLD) no período parcialmente compensando pelo menor volume. No acumulado da safra, a receita líquida reduziu 15,8% motivado por menores preços (-7,5% relativos aos 9M22) e volumes (-9,0% vis-à-vis 9M22).
A receita líquida de comercialização de levedura totalizou R$ 12,1 milhões no 3T23, uma expansão de 42,3% versus 3T22, como consequência da combinação de maiores preços e volumes comercializados no período. Para o período acumulado, a receita líquida apresentou crescimento de 19,0% pelos mesmos motivos que impactaram o trimestre.
O CPV caixa registrado no 3T23 somou R$ 623,9 milhões, 11,6% superior ao mesmo período da safra anterior, em decorrência, principalmente, da menor produção prejudicando a diluição dos custos fixos, e variação no preço de insumos, notadamente diesel, fertilizantes e defensivos agrícolas. No acumulado da safra, o CPV caixa totalizou R$ 2.072,3 milhões (+26,1% frente a 9M22) reflexo dos mesmos impactos que afetaram o trimestre.
Comparado com o 9M22, o CPV em milhares de reais (considerando açúcar e etanol – excluindo as operações de revenda do combustível) apresentou aumento de 23,3% no período, equivalente a 24,7% em valores unitários (CPV/Kgs ATR).
O crescimento do Custo Caixa (+17,6% vis-à-vis 9M22 excluindo etanol de revenda) deriva da combinação de menor produtividade, menor disponibilidade de cana de terceiros, maiores preços de insumos (notadamente diesel, fertilizantes e defensivos agrícolas) e impacto inflacionário de mão de obra na safra.
As despesas com vendas totalizaram R$ 60,8 milhões no terceiro trimestre da safra, aumento de 85,0% em relação ao 3T22 proveniente do maior volume de etanol destinado para mercado externo e do aumento do preço de diesel vis-à-vis 3T22. No acumulado do ano as despesas com vendas apresentaram crescimento de 41,9% frente a 9M22, motivado pelos fatores que impactaram o 3T23.
No 3T23, as despesas gerais e administrativas totalizaram R$ 68,6 milhões, representando um aumento de 35,9% em relação ao mesmo período da safra anterior.
As informações partem da assessoria de imprensa da empresa.
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Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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