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Liquidez mínima e qualidade irregular limitam reação do mercado de feijão

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O mercado do feijão encerrou a semana em compasso de espera, com ambos os tipos mantendo um cenário de paralisia e preços nominais. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, no carioca, o ambiente segue travado há mais de 30 dias, reflexo da combinação entre liquidez mínima e oferta concentrada em grãos de baixa qualidade. Ele relatou que os corretores falam de lotes com umidade abaixo de 12% e presença de impurezas, fatores que elevam a taxa de quebra no beneficiamento e reduzem o interesse de compra.

O abastecimento do atacado paulista continua sendo suprido principalmente por Minas Gerais e Goiás, com destaque para produtos da terceira safra que, embora em menor volume, chegam com padrão comercial fraco e pressionam o escoamento.

As referências de preços permaneceram praticamente estáveis. O feijão extra (9,5) foi negociado entre R$ 260 e R$ 270 por saca, enquanto o feijão comercial oscilou entre R$ 190 e R$ 240 nas origens produtoras. No interior paulista, o FOB recuou para R$ 258/sc e, em Sorriso (MT), as indicações ficaram em torno de R$ 194/sc. As variações observadas na semana (entre R$ 5 e R$ 10 por saca) refletem ajustes técnicos de qualidade e não uma queda estrutural. 

“A  ausência de compradores e o baixo giro no varejo mantêm o mercado imóvel, com vendas pontuais e volumes irrisórios”, destaca o analista.

Apesar da calmaria persistente, há expectativa de uma reação moderada nos preços no fim do ano, à medida que a oferta da terceira safra diminui e a safra das águas se aproxima. Oliveira pondera que o potencial de recuperação depende diretamente da melhora na qualidade dos grãos e de uma retomada mais firme no consumo varejista, que ainda se mostra tímido. Até lá, o mercado deve permanecer lateralizado, sustentado por uma oferta restrita e por um fluxo de negociação seletivo.

Feijão preto patina em meio à ampla oferta e demanda enfraquecida

No feijão preto, a situação não é diferente. O mercado segue travado, com vendas escassas e preços pressionados por estoques internos elevados. Mesmo com valores considerados atrativos, a demanda segue retraída, e o enfraquecimento do carioca contribuiu para reduzir o fôlego do preto. Segundo Oliveira, há carência de produto extra de qualidade, pois muitos produtores optam por reter os melhores lotes, enquanto a oferta de feijão comum é ampla e pressiona as cotações.

As ofertas de compra para o feijão preto Extra Tipo 1 no Paraná ficaram entre R$ 150 e R$ 155 por saca, e no oeste catarinense as indicações chegaram a R$ 131. Lotes superiores têm pedidas pontuais de até R$ 160/sc, mas sem concretização de negócios relevantes.

A primeira safra 2025/26 avança em ritmo satisfatório no Paraná, com 74% da área já semeada, enquanto no Rio Grande do Sul o plantio é irregular. O corte de área é expressivo (queda de 36% em relação ao ciclo anterior, com 107,6 mil hectares estimados) e deve resultar em produção inferior a 200 mil toneladas. Apesar disso, as lavouras apresentam bom vigor, com 91% em condições boas e 80% ainda em crescimento vegetativo.

O contexto macroeconômico segue desafiador. “A crise de crédito rural limita o acesso ao financiamento e agrava a inviabilidade da produção”, observa o analista. Embora as exportações estejam em crescimento, elas ainda não são suficientes para aliviar o excesso de oferta interna.

Assim, o mercado do feijão preto tende a permanecer lateralizado no curto prazo, aguardando um reequilíbrio entre estoques e demanda. A perspectiva de recuperação de preços na virada de 2025 para 2026 é real, sustentada pela forte redução da área plantada e pela possibilidade de menor oferta no primeiro trimestre do próximo ano. Até lá, Oliveira recomenda que produtores devem gerenciar estoques com cautela, corretores priorizar negócios por amostra e embarque programado, e o varejo seguir operando de forma seletiva, acompanhando de perto os sinais de retomada do consumo e do câmbio.


Luciana Abdur – luciana.abdur@safras.com.br (Safras News)
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