Porto Alegre, 16 de junho de 2023 – De acordo com o alerta agroclimático da Rural Clima, o que ciclone situado entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina segue levando muita umidade para a faixa leste gaúcha e o extremo sul catarinense ao longo do dia. Nas demais regiões do país, as temperaturas seguem baixas.
Conforme o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, o afastamento gradativo desse ciclone deverá manter um corredor de umidade ativo sobre a faixa central do país. “Assim, não se descartam chuvas, em forma de garoa, no norte da região Sudeste, podendo chegar até a região de Brasília”, afirma.
A partir de amanhã, haverá um resfriamento em toda a Região Sul, com a entrada de uma massa de ar polar, que trará baixas temperaturas. “A Rural Clima aponta que há risco de formação de geadas pontuais e de fraca intensidade nas regiões serranas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e nas regiões mais altas do Sul do Paraná, como Guarapuava e Pato Branco, bem como em áreas de baixada, mas sem risco para o milho, café e cana-de-açúcar, uma vez que a nebulosidade decorrente do ciclone impedirá um maior resfriamento das temperaturas nas demais áreas entre o sábado e a segunda-feira a ponto de favorecer geadas. Ainda assim, as temperaturas mínimas deverão ficar abaixo de 10 graus em várias regiões do Brasil.
Santos disse que o tempo deve ficar aberto em boa parte do Brasil no começo da próxima semana. Na terça-feira, contudo, uma nova frente fria chegará ao sul do Brasil, levando chuvas ao Rio Grande do Sul, ao norte da Argentina e ao Paraguai. “Aos poucos, essa frente vai avançando e levando chuvas sobre o Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, sul de Minas Gerais e algumas áreas de Mato Grosso e de Goiás, do meio para o fim da semana que vem. Depois o tempo abre e as chuvas seguirão concentradas sobre o norte da região Norte, atrapalhando atividades de campo em Roraima, Amapá, Ilha de Marajó e norte do Pará, bem como faixa leste do Nordeste”, detalha.
O agrometeorologista salienta que as chuvas esperadas para a semana que vem no Rio Grande do Sul devem favorecer as lavouras de inverno, embora possam atrapalhar um pouco a colheita nas regiões centrais do país que produzem milho, café e cana-de-açúcar.
Paraguai
A meteorologista Ludmila Bardin ressalta que o avanço da massa de ar polar, que traz instabilidade ao Rio Grande do Sul nesse momento, deve deixar o tempo aberto no Paraguai até o dia 21, quando um novo sistema deve se formar no norte da Argentina, levando chuvas ao país, especialmente nas áreas de fronteira com o Mato Grosso do Sul e o Paraná.
Ludmila afirma que a atuação dessa massa de ar polar deve deixar as temperaturas baixas no Paraguai no final de semana. Amanhã (17) haverá nebulosidade, com menor declínio das temperaturas, mas na madrugada de domingo (18), com o tempo mais aberto, alguns pontos do país podem ter mínimas entre 4 a 6 graus, especialmente no Chaco e na região de Santa Rita. “Todo o sul paraguaio deve ter mínimas entre 6 a 8 graus. Assim, não se pode descartar a ocorrência de geadas em áreas de baixadas ou mais elevadas, especialmente na área de fronteira com a Argentina e o Paraná”, pontua.
Ludmila destaca que o inverno tende a ser bastante úmido no Paraguai, com o avanço de uma frente fria por semana. “A estação não deve ser muito rigorosa, com muitos períodos de temperaturas mais baixas de forma geral. Deve haver poucos períodos de tempo mais seco, com boas chuvas até o final de junho, em julho, agosto, setembro e outubro no Paraguai”, finaliza.
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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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