Porto Alegre, 23 de janeiro de 2025 – Na região de Santa Maria, centro do Rio Grande do Sul, as safras de verão enfrentam desafios desde o plantio. As fortes chuvas de maio de 2024 afetaram o manejo do solo dos 35 municípios que abrangem a coordenação regional da Emater/RS, atrasando a semeadura das principais culturas: soja, milho e arroz.
De acordo com o gerente regional da Emater, Guilherme Passamani, algumas áreas estão há mais de 45 dias sem chuvas significativas. Essa estiagem impacta diretamente a soja, que ocupa 1,063 milhão de hectares na região. Grande parte dessa área está no período reprodutivo e sofre perdas irreversíveis devido à seca.
“O déficit hídrico tem afetado bastante a qualidade das plantas, principalmente em relação à produtividade”, disse.
Segundo o gerente regional, algumas áreas não foram plantadas e, devido à falta de umidade no solo, provavelmente permanecerão assim. Embora exista a possibilidade de redução da área cultivada, ainda é cedo para estimar a extensão dessa diminuição.
Passamani afirmou que o milho, cultivado em 46 mil hectares, também foi prejudicado, especialmente a produção de grãos. A silagem, que representa 10 mil hectares, sofreu menos impacto por já ter sido colhida. Já o arroz, com 122,2 mil hectares, sofre com a baixa disponibilidade hídrica para irrigação.
“O que nos preocupa, especialmente na cultura do arroz, é a disponibilidade de água para irrigação ao longo de todo o ciclo. Já observamos que os mananciais, incluindo alguns rios, açudes e barragens, estão em níveis bastante baixos. E isso vai gerar uma preocupação lá na frente, pois já está dificultando o manejo de plantas daninhas e criando uma possível situação problemática em breve”, estimou.
No aspecto social, conforme o gerente, algumas comunidades já enfrentam escassez de água para consumo humano, exigindo ações emergenciais das prefeituras e da Defesa Civil.
Ritiele Rodrigues – ritiele.rodrigues@safras.com.br (Safras News)
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