Logo (4)
COTAÇÕES
Dólar
Euro

Gerdau prevê investir menos por reconfiguração da indústria automotiva global e defende ações do governo para conter importações

Links deste artigo

Na teleconferência de resultados do primeiro trimestre de 2025, a diretoria da Gerdau comentou que para os próximos trimestres, tem a expectativa da revisão de cota-tarifa e a possibilidade de setores como o automotivo serem impactados pelo nível atual de taxas de juros. Diante da perspectiva mais pessimista para o Brasil, o CEO também disse que vai diminuir investimentos locais, sem afetar grandes projetos, como em mineração.

O CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, avalia que haverá “uma reconfiguração da indústria automotiva global” e por isso vai cancelar investimentos no México.

“Nossa previsão de capex, que estava na faixa de R$ 6 bi por ano, será revista, mas ainda estamos avaliando o que vamos manter”, disse. “A decisão de acelerar a recompra de ações também está na mesa. Estamos avaliando várias ações e como melhorar a nossa competitividade.”

O CEO disse que está se posicionando para melhorar sua competitividade no mercado de vergalhão, pois acredita que esse posicionamento trará mais benefícios.

Rafael Japur, diretor vice-presidente da Gerdau, disse que, do ponto de vista da margens, a companhia terá um desempenho parecido com o de 2023, mas com recuperação na América do Norte e um outlook mais positivo na região, ainda sob avaliação diante das políticas fiscais nos Estados Unidos.

“O backlog do aço nos Estados Unidos dependerá das tarifas, mas a perspectiva para a nossa operação no país é bastante positiva”, disse o CEO da Gerdau, aos analistas do mercado.

Ele atribuiu o otimismo ao mix de produtos atual da companhia nos Estados Unidos, como a saída do mercado de vergalhão e investimentos em óleo e gás.

Em sua apresentação, a empresa disse que, em 2025, espera que as tarifas de importação nos EUA podem influenciar positivamente na utilização de capacidade e spreads; a perspectiva é construtiva para as condições de mercado, principalmente na demanda do setor de construção não residencial; atenção à incertezas de clientes em função das recentes medidas comerciais.

“Estamos com um nível de atividade robusto nos EUA, com resiliência dos volumes de vendas e um backlog superior aos patamares históricos, de mais de 70 dias”, acrescentou.

No Brasil, ele disse que a Gerdau pode reduzir o capex em ativos de energia e criticou ações do governo em atrair usinas solares prontas de mercados como o da China.

Japur disse que a empresa investirá R$ 400 milhões em usinas (já anunciado) e que busca bons retornos para novos investimentos em autoprodução de energia, o que pode entrar nessa avaliação de redução de capex que será feita pela empresa para os próximos trimestres.

Ao ser questionada “se nada mudar no ambiente macro”, a diretoria executiva da Gerdau disse que “não há impedimento de tomar uma decisão de parar todo o capex”, mas que para retomar, “há um aumento de 40% nos desembolsos”. “Não vemos sentido em deixar de fazer os investimentos de mineração, vamos concluir e avaliar quanto desse ebitda será capturado nesses investimentos”, disse Werneck.

‘Governo tem que tapar buracos de entrada de aço estrangeiro’, diz CEO da Gerdau

Na teleconferência de resultados do primeiro trimestre de 2025, o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, disse que “o governo tem que tapar buracos de entrada de aço estrangeiro”, como na ZPE em Manaus. “Outro grande buraco é um acordo bilateral com o Egito para a entrada de vergalhão e em Santa Catarina com o abatimento de ICMS. O governo precisa criar um mecanismo para impedir a entrada de material importado. Eu defendo a adoção do mecanismo de hard cota”, comentou.

O CEO também criticou a lentidão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para implementar mecanismos antidumping e outras ações para proteger o mercado interno de aço.

A companhia destacou que a taxa de penetração de aço importado chegou a 22% nos primeiros três meses deste ano, um avanço de 3,7 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2024, que, na sua avalição, reforça a ineficácia do sistema cota-tarifas.

Para 2025, a Gerdau prevê risco de contínuo de aumento nas importações no Brasil em função de maiores tarifas em outros mercados.

A companhia também espera mercados de construção civil e automotivo com demanda resiliente no atual cenário econômico, com atenção aos possíveis impactos de taxa de juros em níveis elevados.

Gerdau e Metalúrgica Gerdau pagarão R$ 322,6 mi em dividendos

Os conselhos de administração da Gerdau e Metalúrgica Gerdau aprovaram o pagamento de dividendos e constituem antecipação do dividendo mínimo obrigatório referente ao exercício social de 2025. A distribuição de dividendos aprovada totaliza aproximadamente R$ 322,6 milhões. Deste total, R$ 243,5 milhões são para os acionistas da Gerdau e R$ 79,1 milhões para os detentores de ações da Metalúrgica.

Em 19 de maio, a Gerdau pagará R$ 0,12 por ação aos acionistas registrados em 8 de maio e detentores de ADRs da data-base de 12 de maio; e em 20 de maio, a Metalúrgica Gerdau pagará R$ 0,08 por ação aos acionistas registrados em 8 de maio.

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

Copyright 2025 – Grupo CMA

Compartilhe

  • Deixe uma resposta
    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *
PLATAFORMA SAFRAS

Ganhe uma visão uniforme e aprofundada do agronegócio com a Plataforma Safras: acesse análises, preços comerciais, fretes, paridades, estatísticas, indicadores, notícias, gráficos e baixe relatórios em um único lugar!

TUDO SOBRE O AGRONEGÓCIO

 GLOBAL EM UM SÓ LUGAR

Ver Pacotes
Group 139 1

CADASTRE SEU E-MAIL E FIQUE POR DENTRO DAS INFORMAÇÕES SOBRE O AGRONEGÓCIO.

Cadastrar