Porto Alegre, 29 de janeiro de 2021 – Os preços do boi gordo tiveram uma forte valorização ao longo do mês de janeiro. Porém, para o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, esse movimento aparenta ter alcançado o seu limiar. “A margem apertada da agroindústria pode ser apontada como um fator chave para o entendimento desse cenário de exaustão do movimento de alta. Para que os frigoríficos possam ter condições de trabalhar com preços ainda mais robustos por parte dos pecuaristas, haveria necessidade de uma compensação no preço da carne no mercado doméstico, ou melhora dos preços de exportação. Mas nenhuma dessas possibilidades parece plausível neste momento”, sinaliza.
De modo geral, Iglesias ressalta que a oferta de gado permanece restrita e essa premissa deve se sustentar por pelo menos mais 40 dias, quando deve haver a entrada mais significativa de animais de pasto no mercado doméstico. “Esse fator deve seguir preponderante para a sustentação dos preços do boi”, afirma.
No mercado atacadista, os preços seguiram acomodados ao longo de todo o mês e a tendência de curto prazo oferece pouco espaço para reajustes dos preços em São Paulo. “A dificuldade de repasse do adicional de custo ao longo da cadeia produtiva é evidente, pois o consumidor médio permanece descapitalizado. Esse movimento remete a um maior consumo de proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango, que causa um menor impacto na renda média”, pontua. Com esse cenário, ao longo do mês, o corte traseiro seguiu precificado a R$ 20,80 por quilo, a ponta de agulha a R$ 15,50 por quilo, e o corte dianteiro a R$ 15,50 por quilo.
Os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 28 de janeiro:
* São Paulo (Capital) – R$ 300,00 a arroba, contra R$ 271,00 a arroba em 30 de dezembro (subindo 10,7%).
* Goiás (Goiânia) – R$ 290,00 a arroba, contra R$ 254,00 a arroba (14,17%).
* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 295,00 a arroba, ante R$ 265,00 a arroba, subindo 11,32%.
* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 288,00 a arroba, ante R$ 254,00 a arroba (13,39%).
* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 285,00 a arroba, contra R$ 248,00 a arroba (14,92%).
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 383,306 milhões em janeiro (15 dias úteis), com média diária de US$ 25,553 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 85,065 mil toneladas, com média diária de 5,671 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.506,00.
Em relação a janeiro de 2020, houve perda de 0,04% no valor médio diário da exportação, ganho de 6,68% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 6,29% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2021 – Grupo CMA