Demanda retraída derruba cotações do suíno no Brasil em janeiro

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     Porto Alegre, 29 de janeiro de 2021 – O mercado brasileiro de suínos registrou bastante fraqueza nos negócios em janeiro, fato que contribuiu para uma forte queda de preços tanto para o quilo vivo quanto para os cortes negociados no atacado.

     De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, os frigoríficos estiveram retraídos nas negociações envolvendo animais para abate, por conta do fraco escoamento da carne e do acúmulo de estoques. “Famílias endividadas e fim do auxílio emergencial também foram fatores negativos para o consumo ao longo do mês”, disse.

     Para Maia, a demanda tende a apresentar pouca mudança no curto prazo, dada a descapitalização das famílias e o ambiente econômico adverso, levando parte das famílias a optarem por proteínas mais acessíveis, como é o caso da carne de frango e o ovo.

     Além da fragilidade em relação aos preços do suíno vivo, o suinocultor está preocupado, uma vez que o custo de produção permanece em patamar elevado, apesar da queda do milho registrada nessa semana. “O alto custo não permite que o suinocultor retenha os animais por muito tempo nas granjas, fator que também favorece o avanço da oferta disponível no mercado”, sinaliza.

     Levantamento mensal de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil baixou 13,44% ao longo do mês, de R$ 6,86 para R$ 5,94. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado caiu 9,16%, de R$ 13,18 para R$ 11,17. A carcaça registrou um valor médio de R$ 9,12, queda de 17,10% frente ao fechamento de dezembro, de R$ 11,00.

     O analista ressalta que outro ponto negativo para o setor neste momento é a desaceleração do ritmo da exportação, possivelmente pela menor atuação da China. As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 102,599 milhões em janeiro (15 dias úteis), com média diária de US$ 6,840 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 42,102 mil toneladas, com média diária de 2,806 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.436,90. “Seguindo a média desta semana, mais o volume industrializado, janeiro fecharia próximo a 65 mil toneladas embarcadas”, projeta.

     Em relação a janeiro de 2020, houve queda de 1,20% no valor médio diário da exportação, ganho de 4,27% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 5,24% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

     A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo baixou de R$ 150,00 para R$ 113,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo caiu de R$ 5,95 para R$ 5,85. No interior do estado a cotação recuou de R$ 7,60 para R$ 6,50.

     Em Santa Catarina o preço do quilo na integração retrocedeu de R$ 6,40 para R$ 6,20. No interior catarinense, a cotação baixou de R$ 7,60 para R$ 6,35. No Paraná o quilo vivo caiu de R$ 7,10 para R$ 6,15 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo recuou de R$ 6,00 para R$ 5,90.

     No Mato Grosso do Sul a cotação na integração retrocedeu de R$ 6,40 para R$ 5,90, enquanto em Campo Grande o preço recuou de R$ 6,30 para R$ 5,40. Em Goiânia, o preço caiu de R$ 7,10 para R$ 5,60. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno baixou de R$ 7,50 para R$ 6,00. No mercado independente mineiro, o preço passou de R$ 7,60 para R$ 6,00. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis diminuiu de R$ 6,10 para R$ 5,20. Já na integração do estado o quilo vivo caiu de R$ 5,90 para R$ 5,70.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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