Porto Alegre, 13 de junho de 2025 – As exportações brasileiras totais de café, incluindo o grão verde e o industrializado (torrado e moído e solúvel), ficaram em 2,963 milhões de sacas de 60 quilos em maio de 2025, tendo uma queda de 33,3% em relação ao mesmo mês de 2024, quando o país exportou um total de 4,446 milhões de sacas. Porém, a receita cambial atingiu US$ 1,243 bilhão com esses embarques em maio, com aumento de 21,1% sobre maio de 2024 (US$ 1,027 bilhão). Os dados partiram do boletim estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), divulgados na última terça-feira, dia 10.
No acumulado dos cinco primeiros meses de 2025, entre janeiro e o fim de maio, os embarques brasileiros de café totalizaram 16,790 milhões de sacas, apresentando diminuição de de 19,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a receita no acumulado do ano até o fim de maio chega a US$ 6,483 bilhões, valor recorde para o período, com crescimento de 44,3% ante o mesmo intervalo de 2024.
“O recuo observado nas exportações do Brasil reflete à menor disponibilidade de café, principalmente da espécie arábica, cuja colheita começou a ganhar corpo somente agora neste mês de junho, e o fato de nossos canéforas (conilon e robusta) estarem menos competitivos, atualmente, em relação a outras origens produtoras, como Vietnã e Indonésia”, explica o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
A respeito dos recordes registrados nos valores arrecadados, ele relata que resultam das cotações elevadas no mercado internacional. “Vivemos um período de perdas de potencial produtivo de café ao longo de praticamente cinco safras, devido aos extremos climáticos, com menores ofertas dos principais produtores mundiais, como Brasil, Vietnã, Colômbia e Indonésia, por exemplo, o que gerou a disparada nos preços em todo o mundo e, consequentemente, a evolução da receita cambial com nossas exportações”, analisa.
No acumulado dos 11 meses do ano safra 2024/25, o Brasil exportou 42,968 milhões de sacas de café, com valor recorde de US$ 13,691 bilhões com essas transações comerciais. Na comparação com o período de julho de 2023 a maio de 2024, essa performance representa leve recuo de 2% em volume, mas expressiva alta de 52,3% em receita, destaca o relatório do Cecafé.
COLHEITA
As chuvas na última semana reduziram o andamento da colheita e da secagem, especialmente do café arábica. De acordo com o acompanhamento semanal de Safras & Mercado, até o dia 11 de junho, 35% da safra 2025/26 já havia sido colhida, representando um avanço de 7 pontos percentuais em relação à semana anterior. Com isso, os trabalhos de colheita seguem ligeiramente abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, quando o percentual era de 37%, mas acima da média dos últimos cinco anos (2020–2025), que é de 33%.
Destaque para o andamento da colheita de canéfora (conilon/robusta), que já alcança 49% da produção total. Os trabalhos foram favorecidos pelo clima mais seco. Apesar do bom desempenho na última semana, o percentual colhido ainda está abaixo do registrado no mesmo período do ano passado (51%) e da média dos últimos cinco anos (50%)
Segundo o consultor de Safras, Gil Barabach, no caso do arábica, os trabalhos perderam intensidade devido ao excesso de chuvas, especialmente Sul de Minas, em São Paulo e no norte do Paraná. A colheita atingiu 26% da produção total. O ritmo segue abaixo do observado no mesmo período do ano passado, quando 30% da safra já havia sido colhida. No entanto, está acima da média dos últimos cinco anos, que é de 25% para este momento do ano.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência Safras News
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