Em ritmo lento, vendas da safra 2022/23 de café do Brasil atingem 71%

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     Porto Alegre, 16 de dezembro de 2022 – A comercialização da safra brasileira de café de 2022/23 até o último dia 14 de dezembro alcançou 71% da produção, contra 65% do mês anterior. O dado faz parte de levantamento mensal de SAFRAS & Mercado. O percentual de vendas é bem inferior a igual período do ano passado, quando girava em torno de 78% da safra. Porém, o fluxo de vendas está no mesmo nível dos últimos anos na média para o período (71%).

     Assim, já foram negociadas 40,84 milhões de sacas de uma produção estimada em 2022/23 por SAFRAS & Mercado de 57,3 milhões de sacas.

     Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, as vendas de café no Brasil seguem bastante cadenciadas. “O produtor, assustado com o tombo nos preços, segue na defensiva, preferindo dosar suas posições e apostar na entressafra ou em alguma melhora externa. Foca apenas na necessidade de curto prazo”, destaca.

     O mês de dezembro já é por característica de fluxo mais lento na comercialização, com vendedor evitando fechar negócios, entre outras coisas, para fugir do imposto de renda, lembra Barabach. Do outro lado, também não se observa muita agressividade do comprador. “É verdade que a demanda externa segue ativa, mas reduziu o volume de suas posições. A lógica é seguir trabalhando da mão para boca, mas sem carregar estoque que deve ficar na mão do produtor. O custo financeiro, por conta da alta dos juros, justifica a estratégia da demanda”, aponta o consultor.

     As vendas de arábica chegam a 67% do total da safra, com fluxo bastante cadenciado diante da grande distância entre as pontas, observa o consultor. Em igual período do ano passado, o comprometimento por parte do produtor girava em torno de 75%. Já a média de vendas dos últimos 5 anos para o período é algo ao redor de 69%.

     A comercialização de conilon segue acelerada e atinge 77% da safra, com destaque às posições da indústria doméstica de torrado e moído. O fluxo de vendas continua abaixo de igual período do ano passado, quando estava em 82% da produção e aquém da média de 5 anos para o período (75%).

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     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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