Porto Alegre, 24 de janeiro de 2025 – O cenário de calmaria prevalece no mercado brasileiro de arroz, com baixa liquidez e preços predominantemente nominais. “Os produtores mantêm uma postura firme, buscando retornos mais atrativos, enquanto as indústrias resistem a reajustes devido às dificuldades impostas pelo setor varejista/atacadista, que segue pressionando as margens e dificultando o repasse de custos ao consumidor final”, explica o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
O dólar, embora tenha recuado recentemente, chegando a ser cotado abaixo de R$ 5,90, ainda sustenta um patamar favorável para exportações. “No entanto, as vendas externas enfrentam desafios significativos”, pondera Oliveira. A escassez de oferta e a forte queda nos preços do arroz em casca norte-americano, principal concorrente do Brasil no mercado internacional, dificultam o avanço de novos contratos.
A dinâmica de mercado reflete uma “queda de braço” entre produtores e compradores. “De um lado, produtores tentam segurar o produto na expectativa de melhores preços, enquanto as indústrias lidam com custos elevados e dificuldades de absorver novas altas”, explica o consultor.
No horizonte, lembra o analista, a intensificação da colheita no estado gaúcho, prevista para ganhar força em meados fevereiro, deve aumentar a oferta no curto prazo, colocando maior pressão sobre os preços neste período.
A média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista), principal referencial nacional, encerrou a quinta-feira (23) cotada a R$ 100,28, alta de 0,26% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, havia um recuo de 0,52% e 22,37% inferior ao mesmo período de 2024.
No campo, a safra 2024/25 avança com os primeiros cortes em Itaqui e Maçambara, regiões onde lavouras semeadas no início de setembro de 2024 começam a ser colhidas. Dados preliminares da Emater/RS indicam produtividade satisfatória, alcançando até 8.750 kg/ha, sem impactos significativos da estiagem que atinge o estado desde dezembro.
As condições climáticas têm se mostrado favoráveis para a cultura, com excelente disponibilidade de radiação solar e baixa umidade relativa do ar, o que beneficia a sanidade das lavouras. Apesar das condições climáticas amplamente positivas, temperaturas próximas a 40°C em algumas localidades geram preocupação, sobretudo para lavouras em fase de floração e pré-floração.
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Rodrigo Ramos/ Agência Safras News
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