Porto Alegre, 30 de maio de 2025 – Os preços do café caíram fortemente em maio nas bolsas de Nova York para o arábica, de Londres para o robusta e também no mercado físico brasileiro. As cotações refletiram a natural pressão sazonal com a entrada da safra do Brasil, maior produtor e exportador mundial, e perspectivas melhores em relação à oferta, também tendo em vista o total que os produtores brasileiros devem colher.
Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, a chegada da safra brasileira pressiona o mercado global sazonalmente. “E as perspectivas de que a safra do Brasil será melhor do que o esperado inicialmente é um fator de baixa para os preços. O arábica ainda tem uma quebra na produção, mas ela é menor do que o imaginado anteriormente”, destaca. O avanço da colheita no Brasil com clima favorável, com boa evolução dos trabalhos, também é um fator negativo.
O robusta sofreu também bastante pressão sobre os preços na Bolsa de Londres com melhoria nas condições climáticas no Vietnã e com a entrada da safra da Indonésia. Tudo trazendo perspectivas melhores em relação à oferta mundial. “Por isso o robusta caiu até mais em maio que o arábica (até o fechamento de 29 de maio)”, apontou Barabach.
Ele comenta que para junho o mercado ainda receberá a pressão sazonal da entrada da safra brasileira, monitorando a evolução da colheita. “E também vai monitorar o clima no Brasil, em relação à umidade, mas principalmente ligado no frio, nas massas de ar polar, que sempre trazem os temores de geada”, avaliou.
No balanço de maio, na Bolsa de NY, o contrato julho do café arábica acumulou baixa de 13,1% até o dia 29, recuando de 400,75 para 348,40 centavos de dólar por libra-peso. O robusta em Londres acumulou perda de 15%.
No mercado físico brasileiro de café, atenções na evolução da colheita. Pouco a pouco chegam lotes de safra nova e o mercado vai se ajustando entre os cafés disponíveis ainda da safra remanescente com os cafés da safra nova. Os arábicas mais finos estão melhor sustentados, enquanto arábicas de qualidade mais baixa e conilon (safra nova) estão mais pressionados.
O café arábica bebida boa no sul de Minas Gerais fechou o dia 29 de maio a R$ 2.360,00 a saca na base de compra, com queda 10,9% no comparativo com o fim de abril. Já o conilon, tipo 7, em Vitória/Espírito Santo, ficou neste dia 29 em R$ 1.420,00 a saca, com perda no balanço mensal de 17,2%.
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Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência Safras News
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