Porto Alegre, 03 de junho de 2022 – Os preços internacionais do açúcar apresentaram grande volatilidade em maio. Os contratos com entrega em julho de 2022 do açúcar bruto negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão do dia 31 de maio a 19,40 centavos de dólar por libra-peso, ante 19,15 centavos em 29 de abril, alta de 1,3%.
Apesar dos ganhos no acumulado do mês, as cotações não tiveram força para romper a linha de 20 centavos. Enquanto as perspectivas de grandes safras nas principais origens e de excesso de oferta global tanto na atual safra como na próxima pressionou os preços, a continuidade do crescimento da demanda global de açúcar deu sustentação às cotações.
Em maio, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou seu relatório semestral de acompanhamento do mercado internacional de açúcar. Segundo o USDA, a produção global de açúcar deverá crescer para 182,891 milhões de toneladas na temporada 2022/23, ante 181,184 milhões de toneladas em 2021/22, ou 0,94%. O USDA projetou que a demanda global do adoçante totalizará 178,843 milhões de toneladas em 2022/23, ante as 175,495 milhões de toneladas apontadas para 2021/22 (alta de 1,9%).
Assim, o mercado internacional de açúcar terá que lidar com um excedente de oferta de 4,048 milhões de toneladas em 2022/23, após superávit de 5,689 milhões de toneladas em 2021/22.
Conforme o USDA, o consumo global de açúcar vai aumentar em 2022/23, alcançando um novo recorde, alinhado com as perspectivas de recuperação na atividade econômica em 2023. O retorno dos turistas estrangeiros ajudará a impulsionar o setor hoteleiro e de serviços da recessão induzida pela pandemia.
Do lado da produção, o crescimento de 1,7 milhão de toneladas projetado para o mundo em 2022/23 é esperado a partir da alta na produção da Brasil, China e Rússia, que mais do que compensará quedas na Índia e na Ucrânia.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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