Porto Alegre, 12 de abril de 2024 – Durante a semana, um controle de oferta no mercado brasileiro de feijão carioca com um aumento na presença de compradores e uma relativa estabilidade nos preços na Bolsa foram visíveis. Cerca de 20 mil sacas foram disponibilizadas para venda, das quais aproximadamente 11 mil foram negociadas.
No início da semana, o destaque foi para os padrões de feijão nota 9 das cultivares Estilo e Sabiá, negociados por até R$ 300,00 a saca. Com uma ausência de feijões de padrão mais elevado, como o nota 9,5 da cultivar Dama, levou os compradores a optarem por qualidade próxima, como o feijão extra (nota 9) da cultivar Estilo.
Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, ao decorrer dos dias, a demanda diminuiu, com destaque para um lote de feijão nota 9 da cultivar Agronorte, embora não tenha sido negociado, com pedidas em torno de R$ 310,00 por saca. Também se ouviu falar sobre relatos de vendas pontuais no atacado paulista, porém, com um movimento de compradores menor.
“No geral, o mercado permaneceu estável, com a demanda concentrada em lotes de qualidade superior. Só que, no fim da semana, a presença de compradores foi discreta, refletindo uma demanda limitada e pouca urgência para realizar compras. Os corretores já mencionam a possibilidade de ofertas alcançarem até R$ 340,00 por saca para essas variedades, evidenciando a escassez desses produtos no mercado”, relatou o analista.
Feijão preto
Já sobre o feijão preto, conforme Oliveria, o ritmo foi lento, trabalhando com um volume moderado de amostras na Bolsa. Cerca de 2,5 mil sacas foram disponibilizadas, porém poucos lotes foram efetivamente negociados. Nas sessões da madrugada, a variedade permaneceu estável durante a semana, mas mantendo o viés de baixa nos preços, especialmente nas regiões produtoras. No Paraná, observou-se um novo ajuste negativo nos preços, com indicações entre R$ 190,00 e R$ 230,00 por saca em Irati, mas sem negócios relevantes reportados.
Nas regiões produtoras, a oferta aumentou e o interesse de compra diminuiu, resultando em um viés de queda nos preços. Em Nova Palma, no estado do Rio Grande do Sul, as indicações ficaram entre R$ 210,00 e R$ 240,00 por saca. Em Cascavel, no Paraná, os preços variaram entre R$ 185,00 e R$ 225,00 por saca, enquanto em Erechim, no Rio Grande do Sul, oscilaram entre R$ 220,00 e R$ 250,00 por saca.
A projeção para a segunda safra de feijão preto 2023/24 aponta para um notável crescimento na produção. Segundo levantamento do analista, esperam-se 509,7 mil toneladas, um aumento de 52% em comparação com a segunda safra do ano anterior, que produziu 335,4 mil toneladas. O avanço é impulsionado pelo incremento de 34,6% na área total cultivada, alcançando 282,9 mil hectares, e pela produtividade média estimada em 1.802 quilos por hectare, um avanço de 12,93%.
A expansão significativa na área foi motivada por diversos fatores. Primeiramente, os preços recordes no início do plantio (em meados de janeiro) criaram um ambiente favorável, incentivando os produtores a aumentarem os hectares dedicados a essa cultura, explicou. Além disso, ele apontou as margens mais atrativas em comparação com o feijão carioca, seu sucedâneo, tornaram o cultivo do feijão preto uma opção mais rentável para os agricultores.
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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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