Paridades de importação seguem em alta e mercado interno de trigo está travado

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Farmers hands going through crops in wheat field in sunset.

Porto Alegre, 12 de abril de 2024 – Os negócios com trigo seguem pontuais ao final da segunda semana de abril. “No Rio Grande do Sul, os níveis de produtividades excepcionais da soja, e a sua consequente safra cheia, obrigaram alguns produtores a irem ao mercado vender trigo para liberar espaço em armazéns”, destaca o analista e consultor de Safras & Mercado, Élcio Bento.

Os preços ofertados pelos compradores gaúchos estão entre R$ 1.170 e R$ 1.200 a tonelada no FOB. No Paraná, a safra de verão segue no foco. “Porém, a pressão de venda de trigo para liberar espaço já não é uma realidade”, relata Bento. Com isso, o vendedor se coloca numa posição defensiva e de inflexibilidade em relação às suas pedidas, que ficam entre R$ 1.280 e R$ 1.300 a tonelada no FOB.

Essa postura é corroborada pela recente elevação do custo de importação: alta de preços na Argentina e do dólar em relação ao real. Os moinhos apresentam reticência em aceitar os preços pedidos pelos produtores. “De qualquer forma, passam a fazer conta e já é possível perceber interesse para pagamento e carregamento entre maio e junho”, adverte o analista. A indicação no CIF fica por volta de R$ 1.350/tonelada e a pedida do produtor em torno de R$ 1.400/tonelada.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou nesta quinta-feira seu relatório de oferta e demanda de abril, com as projeções para a safra 2023/24 do país de trigo. A produção do cereal do país em 2023/24 for estimada em 1,812 bilhão de bushels, mesmo número de março. Para a safra 2022/23, a produção estadunidense ficou em 1,65 bilhão de bushels.

Os estoques finais do país em 2023/24 foram projetados em 698 milhões de bushels. O mercado esperava 685 milhões. Em março, foram 673 milhões. Em 22/23, 570 milhões de bushels.

No âmbito global, a produção mundial de trigo em 2023/24 foi estimada em 787,36 milhões de toneladas, acima das 786,70 milhões estimadas em março. Para 2022/23, a estimativa ficou em 789,34 milhões de toneladas.

Os estoques finais globais em 2023/24 foram estimados em 258,27 milhões de toneladas, contra 258,83 milhões em março. O mercado esperava 258,6 milhões de toneladas. Para 2022/23, as reservas finais foram estimadas em 271,0 milhões de toneladas.

Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS

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