Porto Alegre, de julho de 2025 – O Índice de Confiança Empresarial (ICE) do FGV IBRE recuou 1,7 ponto em junho, para 92,5 pontos, revertendo a leve alta do mês anterior. A queda foi a mais intensa do ano e reflete piora tanto das avaliações sobre ao momento presente quanto em relação ao futuro próximo. Na métrica de médias móveis trimestrais, o índice acentuou a tendência de declínio, com um recuo de 0,6 ponto.
“Após cinco meses de relativa estabilidade, a confiança empresarial registra a queda mais acentuada do ano, sinalizando uma desaceleração da atividade ao final do segundo trimestre nos setores pesquisados, que respondem por cerca de 2/3 do PIB. Entre os indicadores de expectativas, chama atenção a redução do ímpeto de contratações. O índice de Situação, por sua vez, recuou ao menor nível desde outubro de 2023, afastando-se da linha de neutralidade dos 100 pontos”, avalia Aloisio Campelo Jr., pesquisador do FGV IBRE.
Índices de Situação Atual e de Expectativas Empresariais
O Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) fechou o mês de junho em 94,3 pontos, com queda de 1,7 ponto. A retração rompe com a estabilidade observada nos cinco meses anteriores, no patamar dos 96 pontos, marcando uma deterioração da percepção empresarial sobre o quadro atual. Entre seus componentes, o indicador que mede o nível da demanda no momento presente recuou 2,4 pontos no mês, para 94,7 pontos, enquanto o indicador que mede a satisfação com a situação atual dos negócios cedeu 1,0 ponto, atingindo 93,9 pontos.
O Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) também recuou em junho, em 1,7 ponto, para 90,8 pontos. Entre seus componentes, o indicador que mede o otimismo com a demanda nos três meses seguintes caiu 2,5 pontos, para 89,5 pontos, interrompendo uma sequência de dois meses em alta. O indicador que capta as expectativas para a evolução dos negócios seis meses à frente, por sua vez, registrou queda de 0,9 ponto, passando a 92,2 pontos.
Desempenhos heterogêneos entre os grandes setores
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.
A acentuada queda da confiança empresarial em junho foi determinada pelo desempenho dos setores de Serviços e Indústria de Transformação. O Índice de Confiança de Serviços recuou 1,2 ponto no mês, atingindo 90,7 pontos, enquanto o da Indústria cedeu 2,1 pontos, para 96,8 pontos. Em contrapartida, os índices dos setores de Comércio e Construção apresentaram avanços, de 0,6 e 0,7 ponto, respectivamente, alcançando 89,3 e 94,0 pontos.
Na métrica de médias móveis trimestrais, todos os grandes setores seguem em trajetória de queda da confiança, exceto o Comércio. Ainda assim, apesar do desempenho menos negativo na ponta, este setor continua registrando o menor nível de confiança entre os quatro analisados.
As informações são da Fundação Getúlio Vargas.
Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência Safras News
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