Porto Alegre, 21 de março de 2025 – Os agricultores que quiserem exercer o direito de venda de arroz para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) poderão vender o produto negociado em contrato a partir do final de abril. A Companhia poderá antecipar a compra do grão adquirido por Contratos de Opção de Venda (COV) de agosto para o final do próximo mês, com pagamento de 20% acima do preço mínimo, carregado pelos custos logísticos e financeiros da colheita até a entrega do produto. O Governo Federal abriu um crédito extraordinário para a realização da medida que tem como objetivo garantir renda ao produtor, estimular a produção para atender o consumo interno e formar estoques públicos. O anúncio aconteceu na sede da Superintendência da Conab em Porto Alegre, já que o Rio Grande do Sul corresponde a 68,6% da produção brasileira do grão.
“Lá atrás, quando lançamos os contratos em 2024, tínhamos dados técnicos que nos apontavam para um crescimento da oferta mundial do produto, como a Índia que suspendeu as barreiras para exportação e deve registrar crescimento produtivo. Por isso, oferecemos ao produtor a opção de compra com o preço 20% acima do mínimo, inclusive para manter o estímulo a produzir o arroz. Chegamos a ofertar 500 mil toneladas do produto e acabamos contratando mais de 90 mil toneladas”, disse o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Os contratos foram negociados em 3 leilões públicos realizados em dezembro do ano passado. Ao todo foram firmados 3.396 contratos, com negociação de cerca de 91,7 mil toneladas de arroz. A maior parte da negociação foi realizada no Rio Grande do Sul. As produtoras e os produtores gaúchos são responsáveis pela contratação de 58.455 toneladas do cereal, o que corresponde a 63,75% do total negociado. Os produtores gaúchos que optarem pela venda antecipada no início de maio receberão R$ 82,85 por saca. A oferta inicial foi de R$ 87,62, mas há um desconto pela diferença no período de carregamento logístico e financeiro do produto.
Outro estado com destaque nas operações é Mato Grosso, sendo responsável por 31,54% dos lotes arrematados nos leilões. Foram 1.071 contratos negociados, o que representa um volume de aproximadamente 28,92 mil toneladas do grão. Os agricultores e agricultoras mato-grossenses que decidirem vender no início de junho o produto negociado com a Conab irão receber R$ 99,98. Se a venda for realizada no prazo final do contrato firmado, o valor a ser pago pela Conab pela saca será de R$ 107,84.
Mercado de arroz – A entrada da safra de arroz no mercado interno mantém a tendência de baixa nos preços pagos aos produtores. Além disso, a boa produção do produto não só no Brasil como em outros importantes países produtores tende a favorecer a oferta do grão no mercado internacional.
De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de arroz na América do Sul pode atingir 18 milhões de toneladas na safra 2024/25, o que representaria um recorde histórico de produção. Na Índia, um dos principais países produtores da cultura, também há previsão de alta de 5,2% na safra.
Além da expectativa de uma boa produção mundial para o grão, a retomada das exportações asiáticas também interfere em uma possível ampliação da oferta no mercado internacional. No final de 2024, a Índia anunciou a suspensão das barreiras de exportação de arroz branco não-basmati, fortalecendo o abastecimento global.
COV – O Contrato de Opção de Venda é um dos instrumentos da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). A ferramenta é um seguro de preço para a data futura, uma vez que garante um valor de comercialização no momento da venda dos produtos amparados pela PGPM. A partir do Contrato de Opção, o agricultor tem o direito de vender ao governo federal o produto pelo preço firmado, mas não a obrigação de exercer a entrega do produto.
As informações partem da assessoria de imprensa da Conab.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Safras News
Copyright 2025 – Grupo CMA