Porto Alegre, 15 de julho de 2022 – SAFRAS & Mercado divulgou nessa semana a atualização da evolução da comercialização da safra brasileira de café 2022/23. Segundo o levantamento mensal, as vendas até o último dia 12 de julho alcançavam 39% da produção, contra 33% do mês anterior.
O percentual de vendas é bem inferior a igual período do ano passado, quando girava em torno de 48% da safra. Mas, o fluxo de vendas está acima da média dos últimos anos para o período (36%). Assim, já foram negociadas 23,64 milhões de sacas de uma produção estimada em 2022/23 por SAFRAS & Mercado de 61,1 milhões de sacas.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, as vendas da safra 2022/23 continuam bastante compassadas. “O atraso na colheita e as dúvidas produtivas servem de justificativa para uma postura mais curta do produtor, que por sua vez tonificam a sensação de aperto no abastecimento. Alguns produtores, inclusive, têm buscado financiamentos oficiais para não vender o café, nesse momento”, avalia.
O resultado disso tudo, aponta o consultor, é um fluxo de venda muito lento para entrada de safra. “Já a demanda prefere trabalhar da mão para boca, evitando alongar estoques em um momento de incerteza econômico-financeira. E isso ajuda a retirar liquidez dos negócios”, observa.
Ainda sobre o atraso no andamento da comercialização contra o ano passado, Barabach diz que na temporada passada a produção era menor e o fluxo de venda antecipada foi bem mais intenso. Mesmo assim, as vendas deste ano continuam acima da média dos últimos 5 anos, que apontavam comprometimento antecipado para o período de 36% da produção.
As vendas de arábica alcançam 39%. “As ideias da safra de arábica 2022 oscilaram muito ao longo do ciclo produtivo, o que dificultou a estratégia de venda antecipada”, pondera Barabach. Em igual período do ano passado, o comprometimento por parte do produtor girava em torno de 48% e a média dos últimos 5 anos é algo como 36%.
As vendas com conilon ganharam um pouco mais de ritmo, com o andamento da colheita mesmo que ainda atrasada, e alcançam 37% da safra. Apesar disso, seguem bem abaixo de igual período do ano passado, quando estavam em 47%, mas já ligeiramente acima da média para o período de 36%.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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