Com clima irregular refletindo na qualidade e nos preços, primeira safra de feijão é pressionada

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Porto Alegre, 15 de dezembro de 2023 – O início desta semana no mercado de feijão carioca foi marcado por um influxo significativo de novas entradas, com aproximadamente 12,3 mil sacas ofertadas, das quais cerca de 5,9 mil foram efetivamente comercializadas, indicando uma aceitação considerável pelos compradores. Segundo o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, a presença substancial de amostras para embarque impactou as cotações, resultando em um recuo nas mercadorias comerciais, enquanto as extras permaneceram estáveis, destacando a escassez desses tipos.

A média da saca do feijão carioca extra nota 9 na Bolsinha paulista encerrou a semana cotada a R$ 345,00, sem alterações em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, teve alta de aproximadamente 30,19%. Quando comparado ao mesmo período de 2022, houve um decréscimo de 16,36%. Na região de Ponta Grossa, no estado do Paraná, negócios pontuais têm sido reportados entre R$ 255,00 e R$ 295,00 por saca. Já na região de Barretos, no estado de São Paulo, as indicações oscilam entre R$ 270,00 e R$ 310,00 por saca.

Oferta

A oferta majoritária apresenta classificação nota 8,5 ou inferior, com oportunidades de adquirir feijões nota 8,5 com desconto. A movimentação dos compradores foi satisfatória, mas o setor manteve cautela em relação aos preços, ajustando-os para otimizar as vendas. Na segunda parte da semana, o mercado enfrentou desafios, com liquidez reduzida devido ao encerramento do ano e à chegada das férias coletivas. Poucos negócios foram concretizados, sendo bastante pontuais. 

Minas Gerais

A safra mineira enfrenta problemas, como a falta de chuvas e temperaturas elevadas, prejudicando o preparo do solo e o plantio, especialmente na região noroeste de Minas Gerais. A incerteza sobre o plantio da segunda safra mineira é agravada por atrasos na janela de plantio.

De acordo com Oliveira, no Paraná, os trabalhos de colheita enfrentam desafios com excesso de chuvas e umidade elevada. 

“O mercado está atento à entrada da oferta, com foco especial na firmeza do mercado extra e pressão negativa nas mercadorias comerciais notas 8,5, 8 e 7,5”, disse,. 

Feijão preto

O analista relatou que os preços do mercado de feijão preto tiveram um ligeiro recuo na semana, reflexo dos trabalhos de colheita e de uma maior presença vendedora no mercado. O início da semana foi caracterizado por um volume considerável de amostras, aproximadamente 3 mil sacas, abrangendo tanto feijões nacionais quanto importados. No entanto, a realização de negócios foi escassa, evidenciando um baixo interesse por parte dos compradores ao longo da semana.

As condições climáticas adversas, como o excesso de chuvas no Sul, resultaram em muitas lavouras sendo replantadas, inclusive com soja, impactando a produtividade esperada. Elevam-se as preocupações com a possibilidade de uma safra insuficiente para suprir o consumo interno, aumentando a dependência das importações no próximo ano. Atualmente, toda a atenção está voltada para a safra recém-colhida, caracterizada pelo alto teor de umidade do grão. Nas próximas duas semanas, espera-se um maior ingresso da safra de verão, exigindo uma atenção especial do mercado.

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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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