Chuvas no Brasil só devem se consolidar a partir de outubro – Rural Clima

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     Porto Alegre, 2 de setembro de 2024 – Segundo alerta climático da Rural Clima, o mês de agosto foi marcado por temperaturas extremamente elevadas e baixos índices pluviométricos em praticamente todo o Brasil, inclusive na região Sul, onde as chuvas foram insuficientes. A tendência para setembro, segundo o agrometeorologista, Marco Antonio dos Santos, é de que o cenário climático de agosto se repita.

     “Na primeira quinzena de setembro, as chuvas devem se concentrar mais no Sul, mas até nessa região, os maiores volumes estarão restritos à metade sul do Rio Grande do Sul. As chuvas mais significativas ocorrerão na quarta-feira, dia 4, com a chegada de uma nova frente fria, que trará precipitações para o RS, SC, algumas áreas do PR, do Paraguai e do extremo sul do MS”, explica Marco Antonio. No entanto, ele alerta que mesmo nas áreas mais favorecidas, não há previsão de volumes expressivos de chuva.

     No restante do país, incluindo regiões centrais, Sudeste, Centro-Oeste, Matopiba, parte do Norte e do Nordeste, o tempo será extremamente seco nos próximos 15 dias. As temperaturas estarão muito acima da média para a época do ano, considerando que ainda estamos no inverno, com umidade relativa do ar muito baixa.

     “O cenário começa a mudar na última semana de setembro, quando há uma possibilidade significativa de chuvas entre os dias 20 e 25 no Sudeste, Centro-Oeste e até no Matopiba. No entanto, essas precipitações não significam que a estação chuvosa tenha começado. Devemos enfrentar mais um período de seca após essas chuvas”, destaca o especialista.

     De acordo com Marco Antonio, as chuvas só devem se consolidar em meados de outubro. “Há a possibilidade de boas chuvas no RS e SC na virada do mês, mas nada comparado a 2023, quando já estávamos sob a influência do El Niño com bastante intensidade. Este ano, estamos em neutralidade climática, sem influência de La Niña, que só deve se manifestar a partir de outubro, novembro ou dezembro”, explica.

     Quanto às temperaturas, ele informa que haverá uma queda após a passagem da frente fria, mas sem riscos de geadas. “O grande ponto de atenção não é o frio, mas sim a falta de chuvas”, conclui Marco Antonio dos Santos.

Paraguai

     De acordo com a agrometeorologista Ludmila Camparotto, o Paraguai está experimentando uma frente fria que avançou pelo sul do Brasil e trouxe certa instabilidade para o país. No entanto, as chuvas têm sido praticamente inexistentes, com o sistema já se deslocando para o Atlântico. Um novo sistema vindo da Argentina deve trazer instabilidade para o sul do Paraguai entre quarta e quinta-feira, mas as chances de chuvas são bastante reduzidas. Modelos climáticos, como o europeu, indicam que qualquer precipitação será limitada a áreas específicas, e ocorrerá de forma irregular.

     A previsão para a segunda quinzena de setembro mostra um cenário mais promissor para o Paraguai, com a possibilidade de chuvas a partir do dia 15. No entanto, essas chuvas também devem ocorrer de maneira irregular. As condições climáticas devem melhorar gradualmente à medida que o sistema avança para o centro-norte do Brasil, trazendo uma leve regularidade às precipitações no Paraguai. Apesar da expectativa de algum alívio com a chegada das chuvas, a agrometeorologista destaca que não há previsão de frio intenso, com temperaturas permanecendo relativamente amenas durante o período.

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     Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Safras News

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