Café volta a cair no Brasil com forte baixa em NY

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     Porto Alegre, 28 de maio de 2020 – O mercado físico brasileiro de café voltou a apresentar preços mais baixos nesta quinta-feira. A forte desvalorização do arábica na Bolsa de Nova York pressionou as cotações no país, enquanto a alta do dólar limitou o impacto negativo da bolsa. O dia foi travado na comercialização, apenas com pequenos lotes negociados.

     No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa ficou em R$ 520,00/525,00 a saca, contra R$ 525,00/530,00 de ontem. No cerrado mineiro,  preço de R$ 530,00/535,00, no comparativo com R$ 540,00/545,00 do dia anterior.

     Já o café arábica “rio” tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais, com 20% de catação, teve preço de R$ 370,00/375,00, contra R$ 375,00/380,00 anteriormente. O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, teve preço de R$ 345,00/350,00 a saca, estável.

Nova York

     A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta quinta-feira com preços acentuadamente mais baixos. O mercado rompeu e fechou abaixo da importante linha técnica e psicológica de US$ 1,00 a libra-peso no contrato julho.

     A evolução da colheita no Brasil de uma safra que deve ser recorde segue pesando sobre as cotações e o mercado vai testando patamares mais baixos. Uma massa de ar polar derrubou as temperaturas nas regiões cafeeiras, mas não houve maiores problemas ou riscos com esse frio, sem geadas.

     O consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, destacou que o mercado acentuou as perdas e o contrato julho rompeu a linha de 100 cents e fixou nova mínima para o contrato de 98,55 centavos, reforçando os sinais técnicos de baixa. “O avanço da safra brasileira de 2020 e a ausência de risco climático no Brasil pressionaram o café. A perda da referência psicológica de US$ 1,00 tende a acelerar as ordens de venda”, comenta.

     O adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no Brasil apontou que a safra brasileira de café 2020/21 (julho/junho), que está em colheita, deverá atingir o recorde de 67,9 milhões de sacas de 60 quilos, com aumento de 14,5% contra a safra de 2019/20, indicada em 59,3 milhões de sacas.  

     Os contratos com entrega em julho fecharam o dia a 99,10 centavos de dólar por libra-peso, com desvalorização de 3,40 centavos, ou de 3,3%. A posição setembro fechou a 100,90 centavos, baixa de 3,30 centavos, ou de 3,2%.

Câmbio

     O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com alta de 1,96%, sendo negociado a R$ 5,3860 para venda e a R$ 5,3840 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,2830 e a máxima de R$ 5,3860.

    Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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