Café cai em NY com fatores técnicos, alta do dólar e perdas em outros mercados

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     Porto Alegre, 11 de janeiro de 2021 – A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta segunda-feira com preços mais baixos.

     As cotações foram pressionadas por aspectos técnicos, com realização e ajustes após os bons ganhos da última sexta-feira. A alta do dólar contra o real e outras moedas e perdas em outros mercados, como bolsas de valores, contribuiu para a pressão sobre o mercado futuro do café.

     Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o receio com a 2ª onda de Covid-19 no mundo eleva, naturalmente, a aversão ao risco nos mercados. O dólar disparou e o petróleo teve perdas em parte do dia. Isso acabou pressionando as commodities.

     Barabach comenta que a posição Março/21 em NY chegou a trocar de mãos abaixo da linha de 120 cents, mas acabou se recuperando, trazendo algum alento técnico. “A posição Março/21 acabou se sustentando acima do patamar de 38% de Fibonacci (dentro de uma área de acomodação corretiva) e recuperou a importante linha de 120 cents. E, com isso, mantém a leitura corretiva, bem como, a ideia de uma mudança para cima no patamar de atuação, o que é positivo para os preços de café”, avalia o consultor. Mas ele faz um alerta, pois a bebida deve seguir muito vulnerável à volatilidade financeira, em meio ao pessimismo com o avanço de novos casos da Covid-19.

     “O mercado mostra denso suporte acima da linha de 120 cents, tendo como 1º objetivo de alta o patamar de 124,05 cents e depois o topo gráfico em 129,40 cents, tendo como meta a linha psicológica de 130 cents”, indica. Para ele, a quebra da safra brasileira 2021 deve continuar servindo ou para suavizar as investidas de baixa ou mesmo para erguer suportes e favorecer a recuperação da linha de preço. Já a perda da linha de 120 cents pode acionar novas ordens de venda, tendo como referência as médias de 40 e 100 períodos e na sequência o fundo gráfico em 115,60 cents, dando vazão ao desmonte (parcial) da recente construção de alta, conclui.

     Os contratos com entrega em março/2021 fecharam o dia a 121,45 centavos de dólar por libra-peso, com desvalorização de 2,25 centavos, ou de 1,8%. A posição maio/2021 fechou a 123,55 centavos, com perda de 2,20 centavos, ou de 1,7%.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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