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Bolsa fecha em leve alta em sessão marcada por volatilidade; dólar encerra a R$ 5,80

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São Paulo – A Bolsa fechou em leve alta, após dois pregões em queda, com o peso Vale e monitorando o exterior. O índice oscilou entre a mínima de 122.969,29 pontos e máxima de 124.048,45 pontos. O dia foi marcado por movimento errático.

A Vale (VALE3) caiu 1,24%.

O principal índice da B3 subia 0,29%, aos 123.866,39 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril fechou no zero a zero, aos 125.165 pontos. O giro foi de R$ 17,8 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.

Alan Martins, analista técnico da Nova Futura Investimentos, disse que “a Bolsa não tem melhora porque o setor de metais e mineração está sentindo um pouco as tarifas que os Estados Unidos colocaram no aço e alumínio brasileiro. Acho que pode ter uma contaminação, mas se a gente for olhar a fundo é muito pouco que a gente pode ser afetado”.

Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital, disse que “a guerra comercial instalada [pelo Estados Unidos com a taxação a países], em conjunto com uma maior aversão ao risco nos mercados em geral e um certo receio de recessão no mercado americano, deixa o cenário um tanto irracional. Os fundamentos acabam sendo deixados de lado, e observamos movimentos aleatórios e fora de contexto. O que preocupa os investidores é até onde vai essa guerra comercial e como será o rearranjo dos acordos entre os países. Nesse contexto, a dúvida é quais países sairão beneficiados ou conseguirão minimizar os impactos negativos”.

Mais cedo, o presidente Lula assinou a Medida Provisória (MP) que cria linha de crédito consignado ao trabalhador e o mercado não recebeu muito bem.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, disse que é aceitável a insatisfação de uma parcela do mercado sobre a questão do consignado privado, “mas eu vejo que vai na direção de corrigir uma das grandes distorções do Brasil, que são as taxas muito altas para pessoa física em empréstimos. O consignado foi um grande acerto ainda do primeiro governo de Lula, e continua evoluindo. É bom que isso é possível. Sobre a reclamação do mercado financeiro, faz sentido porque talvez a data de lançamento do consignado privado não é das melhores. Se fosse há um ano quando tinha redução da taxa de juros, encaixaria melhor”.

Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos, disse que o foco do mercado está no exterior, e isso vai refletir nas próximas reuniões do Copom.

“A Bolsa está de lado. A postura de Trump sobre as tarifas é o que está pesando, é um vai e volta, e o mercado não gosta de incerteza. Por aqui, não tem nada em termos estruturais em relação ao fiscal, e nem notícias negativas. O ponto positivo é que o governo [brasileiro] tem adotado uma postura de não bater de frente com Trump. Quanto ao IPCA, veio marginalmente dentro do esperado, mas não muda o panorama de aceleração de inflação, como mostrado no boletim Focus com aumento de expectativa de inflação. Além da inflação, o que está acontecendo lá fora vai pesar sobre o que o Copom vai fazer ao longo do ano. Na próxima reunião, dias 18 e 19 está dado o aumento da Selic, mas o mercado vai aguardar ansiosamente o comunicado, quais serão os próximos passos porque o cenário está bem incerto na comparação com o encontro de janeiro”.

Em relação ao CPI, Alvarenga disse que veio melhor que o esperado, mas ainda não sofreu o impacto da política tarifária de Trump.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, disse que o IPCA de fevereiro veio em linha com a mediana do mercado e bem acima da projeção de +1,22% da corretora.

“Para o mercado, avaliamos que o índice será um evento dentro do precificado, mas ainda assim com algum viés para pior, principalmente por conta do comportamento dos serviços subjacentes, que, embora tenha desacelerado na margem, apresentou um acumulado em 12 meses que avançou de 5,9% para 6,2%. Para o BC, avaliamos que o índice traz maior confiança para o board em executar uma nova elevação de 100bps, mas acende um alerta sobre o quão aberto deverá ser a comunicação para a próxima reunião. Se afrouxar a comunicação, o mercado pode intensificar a interpretação de leniência. Por ora, acreditamos que o BC deverá reforçar o compromisso com o regime de metas de inflação, deixando os próximos passos data dependent, mas podendo trazer alguns sinais de que a taxa de juros deverá permanecer restritiva por tempo suficientemente prolongado”.

Por aqui, mais cedo, foi divulgado o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 1,31%, ligeiramente abaixo das estimativas, de acordo com o Termômetro Safras. Em 12 meses, até fevereiro, o índice acumula alta de 5,06% e o mercado previa +5,10%.

Nos Estados Unidos, a inflação ao consumidor (CPI, sigla em inglês) subiu 0,2% em fevereiro ante janeiro e o mercado estimativa +0,3%.

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em leve queda de 0,03%, cotado a R$ 5,8083. Apesar da desvalorização, o movimento de hoje foi de aversão ao risco em razão dos ruídos geopolíticos.

Segundo a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, “o momento é de cautela para ver como o governo dos Estados Unidos irá conduzir a política econômica. É um cabo de guerra que deixa tudo parado”.

Mais cedo, foram divulgados o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro, que subiu 1,31% ante projeções de 1,33%, e o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) referente ao segundo mês de 2025 nos Estados Unidos avançou 0,2% – as estimativas eram de +0,3%.

Para o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, “o ambiente geopolítico lá fora segue ruidoso e isso pesa sobre as moedas”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam majoritariamente em alta. A sessão foi marcada pelo Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro, que corroborou a preocupação com o aumento da pressão inflacionária.

Por volta das 16h34 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,700% de 14,720% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,570%, de 14,535%, o DI para janeiro de 2028 ia a 14,480%, de 14,415%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 14,545% de 14,480% na mesma comparação.

No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, com o Nasdaq em destaque positivo após um relatório de inflação mais brando aliviar preocupações com a economia, enquanto investidores aproveitaram para comprar ações de tecnologia em baixa.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,20%, 41.350,93 pontos
Nasdaq 100: +1,22%, 17.648,5 pontos
S&P 500: +0,48%, 5.599,30 pontos

 

Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência Safras News

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