Porto Alegre, 10 de janeiro de 2020 – O mercado físico de boi gordo teve preços predominantemente mais baixos na primeira semana do ano. “A pecuária de corte iniciou o mês e o ano de 2020 sob pressão de um movimento de correção frente à escalada nos preços verificada em 2019”, disse o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Segundo ele, “o consumidor médio está descapitalizado no início de cada ano, pagando impostos, material escolar, férias… estrangulando a demanda de carne bovina, um perfil muito mais comedido se comparado ao período de festividades”.
Amenizando um pouco o sentimento negativo, a expectativa é de excelente volume de embarques de carne bovina brasileira para a China no ano, uma vez que o surto de peste suína africana (PSA) segue descontrolado no gigante asiático.
Os preços a arroba do boi gordo na modalidade à vista nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 09 de janeiro.
* São Paulo (Capital) – R$ 201,00 a arroba, contra R$ 202,00 a arroba em 02 de janeiro, subindo 0,5%.
* Goiás (Goiânia) – R$ 188,00 a arroba, ante R$ 186,00 a arroba (+1,6%).
* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 190,00 a arroba, estável.
* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 190,00 a arroba, ante R$ 188,00 a arroba (2,1%).
* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 180,00 a arroba, inalterado.
Importação chinesa propicia novos recordes para o Brasil
Impulsionada pela demanda chinesa, as exportações brasileiras de carnes bovinas fecharam 2019 com novo recorde de volume e faturamento. Os volumes embarcados alcançaram 1,847 milhão de toneladas e a receita US$ 7,59 bilhões. Os números representam um crescimento de 12,4% e 15,5%, respectivamente, em relação a 2018, superando as projeções realizadas e consolidando o ritmo de crescimento das vendas brasileiras.
Os bons resultados obtidos em 2019 estão relacionados diretamente ao aumento das vendas em mercados já consolidados, a exemplo de China, Emirados Árabes e Rússia, o que demonstra não só o reconhecimento da qualidade da carne brasileira, mas também a confiança nos padrões de produção nacionais. “Os números demonstram o quanto a carne brasileira é bem aceita e tem boa competitividade no exterior”, destaca o presidente da Abiec, Antonio Jorge Camardelli.
Os resultados positivos foram puxados principalmente pelo crescimento da demanda chinesa, que em 2019 se consolidou como o principal destino da carne brasileira, respondendo por 26,7% do total exportado pelo país. Em 2019, as exportações para a China somaram 494.078 toneladas, crescimento de 53,2% ante 2018. Em receita, o crescimento foi de 80%, com um total de US$ 2,67 bilhões.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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