O Banco Central Europeu (BCE) está próximo de concluir seu ciclo de redução de taxas de juros, afirmou o membro do Conselho do BCE Peter Kazimir nesta segunda-feira (9). Após o oitavo corte na semana passada, o mais rápido ciclo de afrouxamento desde a crise financeira global de 2008/2009, a taxa de depósito agora está em 2%, e o mercado precifica apenas mais uma redução (para 1,75%) até o final do ano. “Na situação atual, acredito que estamos quase no fim do ciclo de flexibilização”, disse Kazimir.
Kazimir destacou que os próximos dados econômicos, especialmente durante o verão europeu, serão cruciais para avaliar se ajustes adicionais são necessários. Embora o crescimento possa ser mais fraco do que o esperado, ele alertou que seria um erro ignorar os riscos de uma inflação mais persistente, o principal foco do BCE. A cautela reflete o equilíbrio delicado entre estimular a economia e controlar a pressão de preços.
O governador do banco da Eslováquia enfatizou que, apesar dos cortes recentes, a luta contra a inflação não está encerrada. O BCE mantém uma postura vigilante, já que surpresas desfavoráveis nos indicadores de preços poderiam exigir uma pausa mais prolongada na flexibilização monetária. Kazimir reforçou que qualquer decisão futura dependerá estritamente dos números, evitando compromissos prévios.
O comentário de Kazimir ocorre em um momento de divergência entre os principais bancos centrais: enquanto o BCE inicia sua desaceleração, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mantém juros altos por mais tempo. Essa assincronia tem impactado fluxos de capital e taxas de câmbio, aumentando a complexidade do cenário para a zona do euro. A próxima reunião do BCE, em setembro, será chave para definir se o “fine-tuning” mencionado por Kazimir se materializará em novos movimentos.
