Aquecimento do agronegócio deve assegurar 2021 positivo, projeta Banco CNH

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     Porto Alegre, 15 de junho de 2021 – Acompanhando o cenário aquecido do agronegócio e o esperado crescimento real de 3% do setor de máquinas agrícolas, o resultado financeiro do Banco CNH Industrial deverá ser positivo em 2021. A previsão foi feita pelo presidente do banco no Brasil, Heberson Góes, durante entrevista coletiva virtual.

     “Como somos uma empresa de capital aberto, não podemos dar muita previsibilidade em relação a resultados. Mas deveremos seguir a tendência do mercado. Estamos fazendo o possível para trazer clientes para nossa carteira. Nossos resultados não variam muito de ano em ano, a não ser se tiver impacto da inadimplência. Não devemos ter impacto nesse ano com expansão de inadimplência. Não esperamos impacto na inadimplência e o resultado deve estar alinhado”, explicou o presidente.

     O Banco CNH Industrial, instituição de serviços financeiros da CNH Industrial, apresentou resultado favorável no fechamento anual de 2020, registrando lucro líquido de R$ 160 milhões e receita bruta de R$ 971 milhões. A carteira também apresentou indicadores positivos, com destaque à inadimplência acima de 30 e de 90 dias que fechou inferior a 1%. No ano anterior, o lucro líquido havia sido de R$ 175 milhões.

     O portfólio total alcançou R$ 11,2 bilhões, um crescimento de 11% em relação ao fechamento do ano anterior. A participação por segmento do Banco — indicador que aponta o quanto é financiado em relação aos bens comercializados pela indústria — ficou em 36% em veículos comerciais, 49% em equipamentos para construção e 28% em máquinas agrícolas.

      Para o presidente do Banco CNH Industrial, num ano atípico como 2020, o Banco foi criativo e dinâmico para preservar a saúde dos colaboradores e, ao mesmo tempo, garantir o suporte à continuidade dos negócios dos clientes e parceiros.

      A presença no mercado de capitais, com atuação ampla e variada, está no centro da estratégia de funding do Banco CNH Industrial. Em 2020, o desafio foi avaliar com mais agilidade os impactos da pandemia nas operações, a fim de garantir a liquidez do negócio quando a maioria das instituições financeiras comerciais recuou.

     A instituição teve êxito ao adotar modelos robustos e compatíveis com o aumento da procura por produtos não atrelados ao BNDES, movimento crescente desde 2018. Historicamente, o Banco CNH Industrial é um importante repassador dessas linhas, mas com o crescimento na procura de financiamento com recursos próprios, uma tesouraria competitiva e estruturada fez a diferença no suporte ao negócio.

     Em relação ao Plano Safra 2021/22, que deverá ser lançado nos próximos dias, Góes espera condições semelhante as apresentadas no ano passado. “Em 2020/21, os recursos destinados através do Moderfrota se esgotaram em novembro e nem por isso deixamos de ofertar linhas de crédito. Este ano não deve ser diferente. Não deixaremos de oferecer opções para o produtor”, garante o presidente.

      Góes destaca que o foco do governo tem sido proporcionar taxas controladas para pequenos e médios produtores. O banco vai ter fontes diversificadas de ”funding! para atender as necessidades dos clientes, fora das condições do plano.

     Para o diretor das áreas Comercial, de Marketing e Seguros do Banco CNH Industrial, Márcio Contreras, a intenção da instituição é garantir linhas de financiamento para facilitar a situação do cliente, principalmente para assegurar o fluxo de caixa.

     Em relação à ausência de feiras presenciais em 2020 devido à pandemia do coronavírus, Contreras frisou que a participação era uma ferramenta para ouvir concessionários e clientes. “A falta de feiras não impactou nos resultados do banco. O produtor está saudável. Não fechamos a porta para nenhum seguimento”. Segundo ele, a empresa se adaptou, criando eventos virtuais. “Esperamos, no futuro, termos algo híbrido. O contato pessoal vai voltar a ser importante quando voltarmos à normalidade”, disse.

      Para o diretor, a alta das taxas de juros não deve afetar a demanda e deve ser compensada pelos resultados do setor agronegócio, que está aquecido. “Mas trabalhamos com financiamentos de longo prazo. A situação de juros altos não se sustenta por um longo período. A visão é momentânea, pois o cenário pode mudar. Hoje o produtor está capitalizado”, ressaltou.

     O presidente do Banco CNH Industrial, Heberson Góes, acredita que o agricultor não vai deixar de investir. “O produtor está capitalizado por safras recordes e bons preços. Há liquidez no mercado para propiciar ferramentas financeiras para o cliente”, concluiu.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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