Logo (4)
COTAÇÕES
Dólar
Euro

Após reunião, governo e indústria do Brasil dizem que vão buscar negociação com EUA sem retaliar tarifa de 50%

Links deste artigo

São Paulo, 15 de julho de 2025 – O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, em rápida interação com a imprensa após reunião com empresários realizada na manhã de hoje em Brasília, detalhou a estratégia negociada com setor produtivo para tentar reverter a taxação de 50% aos produtos nacionais anunciadas pelo presidente Donald Trump a partir de agosto.

“Ouvimos a todos, foi muito proveitosa a reunião. (…) O que nós ouvimos hoje aqui foi negociação. O que coincide com a proposta do governo do presidente Lula”, disse. “Foi colocada a questão de que o prazo é exíguo, curto, que devemos trabalhar pela sua dilação. Foi colocado o empenho do setor produtivo, que vai negociar com os seus congêneres nos EUA, para quem eles vendem, de quem eles compram. Então, vamos envolver também porque é uma relação importante e que repercute também nos EUA, podendo encarecer produtos e a economia americana. Também é oportunidade para mais acordos comerciais”, disse.

O vp também mencionou que, de janeiro a junho, as exportações do Brasil para os EUA aumentaram 4,37% e do outro lado, as importações de lá para cá também cresceram 11,48%.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, defendeu o caminho das negociações com os Estados Unidos antes de recorrer à retaliação imediata.

Alckmin voltou a dizer que o MDCI e o Itamaraty já negociavam com representantes do governo norte-americano. “Sempre houve diálogo, isso é extremamente importante destacar. Vamos nos empenhar para reverter essa tarifa, que é muito injusta com o Brasil, mas é também negativa para os EUA.”

Alckmin disse que há dois meses atrás, o governo brasileiro enviou uma carta confidencial sobre tratativas de acordo ao governo Trump, mas não teve resposta. “Vamos encaminhar uma carta dizendo que aguardamos a resposta e continuamos empenhados em resolver esse problema.”

Em relação ao prazo limitado, o vp disse que o governo vai trabalhar para tentar avançar ao máximo até 1 de agosto. “Queremos resolver o problema e o mais rápido possível. Se houver necessidade de mais prazo, vamos trabalhar nesse sentido”, afirmou, no final da entrevista.

Alckmin também explicou que a reunião de hoje só tratou da relação comercial com os EUA, sem abordar a abertura de novos mercados, e que o governo vai receber mais propostas dos vários setores, para encaminhar propostas mais setorizadas, com reuniões permanentes, e conversar com empresários norte-americanos, com a Câmara de Comércio dos EUA, AmCham Brasil, CEOs entre outros.

Por fim, Alckmin disse que governo e empresários vão trabalhar juntos para tentar reverter a tarifa de 50% dos EUA e que amanhã haverá mais uma rodada de conversas.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, disse que “não faz nenhum sentido que o Brasil saia do piso para o teto sem nenhuma motivação econômica”. “Isso é não é especulação, nem conjectura. Esse é o primeiro ponto. O segundo ponto é que precisamos encontrar a interlocução oficial. No caso do Brasil, tanto MDIC como o MRE já estão habilitados, como o próprio vice-presidente falou. Estamos aguardando”, disse, reiterando as declarações de Alckmin.

“É obvio que se pudermos resolver antes do dia 1 de agosto, é melhor para todo mundo”, declarou Alban. “Viver na imprevisibilidade não ajuda nada”.

Alban disse que os produtos perecíveis já estão enfrentando sérios problemas e que se houver uma prorrogação de 90 dias além do prazo imposto por Trump, os problemas serão os mesmos se não houver evolução das tratativas. “Mas também entendemos que uma negociação que começou em abril poderá ser necessária uma nova prorrogação à luz de novas condicionantes. Esse é ponto”, disse Alban.

Alban disse que espera que o agronegócio também se manifeste da mesma forma que a indústria após a reunião que será realizada hoje a tarde, de que todos “estão uníssonos e convergentes na busca da solução. Por que o que temos aqui é um verdadeiro perde-perde. E não faz sentido, de forma nenhuma, nem econômica, nem social, nem geopolítica, nem política, um perde-perde. Temos que trabalhar para que isso seja contornado e acredito que será contornado.”

O representante da CNI também defendeu o caminho das negociações com os Estados Unidos antes de recorrer à retaliação imediata. “O mais importante é que o Brasil não pretende ser reativo intempestivamente. Por que nós entendemos, nessa reunião, é que o Brasil não se precipitará, de forma nenhuma, em medidas de retaliações, para que elas não sejam interpretadas como, simplesmente, uma disputa. O que nós queremos é o entendimento. E, infelizmente, temos visto isso como uma postura do governo, numa reunião com a Comissão de Comércio Exterior no parlamento.”

Alban disse que os setores produtivos também estão imbuídos com a intenção de fazer “a racionalidade, o bom senso e o equilíbrio” prevalecer.

Essa visão também foi endossada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Josué Gomes: “nós temos absoluta confiança de que os mais de 200 anos de boas relações diplomáticas e comerciais com os EUA, que são os maiores investidores diretos estrangeiros no Brasil, não vão se romper dessa maneira. Pelo contrário, vamos chegar num entendimento.”

Gomes disse que foi reiterado na reunião, por representantes de todos os setores produtivos, a confiança na capacidade negociadora do Ministério das Relações Exteriores e do MDIC e que também darão todo o suporte para que o Brasil chegue a um entendimento em benefício dos dois países. “Não é só o Brasil que perde, eles também perdem muito e tem gerado um superávit da balança comercial de serviços nos últimos 15 anos. Eu acho que é fácil, com dados reais, discutirmos isso com os interlocutores americanos. E não temos dúvida, que com a experiência e competência do MDIC e do MRE vamos chegar a um bom termo.”

O representante da FIESP disse que endossa a proposta da CNI, que lidera as conversas com o governo e representa toda a indústria nacional.

Em relação às reuniões com os governos estaduais, Gomes disse que teve uma reunião hoje com o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e que haverá “tantas quantas forem necessárias”. “Acho que todos os governadores têm se reunido com os setores produtivos do Brasil. Todos os governadores têm interesses, especialmente, num estado altamente industrializado, como São Paulo.”

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

Copyright 2025 – Grupo CMA

Compartilhe

  • Deixe uma resposta
    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *
PLATAFORMA SAFRAS

RELACIONADOS

  • Todos
  • Açúcar
  • Açúcar e Etanol
  • Agenda da Semana
  • Agricultura de Precisão
  • Agronegócio
  • Algodão
  • Arroz
  • Biodiesel
  • Blog Açúcar
  • Blog açúcar e etanol
  • Blog Agricultura de Precisão
  • Blog Algodão
  • Blog Arroz
  • Blog Biodiesel
  • Blog boi
  • Blog Café
  • Blog clima
  • Blog Feijão
  • Blog Fertilizantes
  • Blog Frango
  • Blog Milho
  • Blog Plataforma Safras
  • blog safras
  • Blog Soja
  • blog suíno
  • Blog Trigo
  • Boi
  • Café
  • Clima
  • Destaque
  • Economía
  • Economia
  • Empresas
  • Empresas
  • Feijão
  • Fertilizantes
  • Financeiro
  • Frango
  • Mercado
  • Milho
  • Plataforma Safras
  • SAFRAS Podcast
  • SAFRAS TV
  • Sem categoria
  • Social BR
  • Social Latam
  • Soja
  • Suíno
  • Trigo

Ganhe uma visão uniforme e aprofundada do agronegócio com a Plataforma Safras: acesse análises, preços comerciais, fretes, paridades, estatísticas, indicadores, notícias, gráficos e baixe relatórios em um único lugar!

TUDO SOBRE O AGRONEGÓCIO

 GLOBAL EM UM SÓ LUGAR

Ver Pacotes
Group 139 1

CADASTRE SEU E-MAIL E FIQUE POR DENTRO DAS INFORMAÇÕES SOBRE O AGRONEGÓCIO.

Cadastrar