Ano foi negativo na Bolsa de NY e no mercado doméstico de algodão

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Algodão

     Porto Alegre, 23 de dezembro de 2022 – Ao longo deste ano, a 2a posição com algodão em pluma na ICE US chegou a trocar de mãos em abril acima de 130 centavos. Porém, foi devolvendo os ganhos até cair a 70 centavos ao final de outubro. Uma amplitude entre a cotação mínima e a máxima de 60 centavos, uma variação de 85% entre os dois extremos, informou a SAFRAS Consultoria.

     O algodão acabou se recuperando nos últimos meses e gira atualmente na ICE US a 85 centavos. Mesmo com os ganhos recentes, acumula ao longo do ano de 2022 perdas de 23%. “O mercado reflete a piora no cenário macroeconômico mundial e a maior competitividade das fibras sintéticas, com a queda nos preços do petróleo. E isso, levou a um corte nas projeções de consumo da fibra natural”, pondera o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Carlos Barabach.

     As perdas na cotação do algodão no mercado internacional só não foram mais expressivas devido à quebra de safra nos Estados Unidos e Paquistão. “Nesse sentido, é bom observar que o spread entre os vencimentos na curva futura de algodão em Nova York continua negativo, o que indica a expectativa de aumento na produção futura e demanda ainda acomodada”, explica o analista.

Mercado Interno

     O mercado físico interno de algodão perdeu liquidez, em típico movimento de final de ano. “O produtor, praticamente, sumiu do mercado”, destaca Barabach. Alguns produtores apostam na melhora do preço ao longo de 2023, com avanço da entressafra. Outros, para fugir do imposto de renda, evitam fechar posições em dezembro. Em todo caso, há de fato pouca oferta no físico interno, mesmo depois da reação dos preços na ICE US e dos ganhos no dólar.

     Já o menor interesse das tradings, por conta da demanda externa mais curta, ajuda a manter as pontas distantes e a pouca liquidez dos negócios. E assim, o algodão em pluma é indicado em Rondonópolis, no Mato Grosso é R$ 5,25 por libra-peso, mas sem vendedores.

     Por conta da menor safra colhida em 2021 e da escassez de produto no início de 2022 houve uma forte valorização da pluma de algodão, que chegou a trocar de mãos em Rondonópolis a R$ 7,98 a libra-peso ao final de maio. Mas com a chegada da safra a partir de junho o preço acabou cedendo, encontrando seu fundo em R$ 4,75 no início de novembro, reagindo na sequência acompanhando os ganhos em Nova York e a alta no dólar. No acumulado ao longo do ano perdas nominais de 16%.

     No balanço do ano de 2022, o algodão em pluma colocado na indústria caiu 17% – iniciou o ano cotado a R$ 6,46 a libra-peso. A maior safra brasileira e a acomodação da demanda mundial explicam o recuo no preço ao longo de 2022.

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     Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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