Adido do USDA aponta safra brasileira de café 2022/23 em 64,3 mi scs

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     Porto Alegre, 10 de junho de 2022 – Nesta semana o adido agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em São Paulo divulgou relatório estimando a produção de café do Brasil na safra 2022/23 (julho-junho) em 64,3 milhões de sacas, elevação de 11% em relação à safra anterior, de 58,1 milhões de sacas. O adido comentou que apesar das árvores de café arábica estarem no ciclo de alta produtividade, a produção será contida pelas adversidades climáticas registradas no ano passado, especialmente geadas. Já a produção de café robusta deverá ser beneficiada por condições meteorológicas adequadas e por investimentos em tratos culturais.

     A produção de café arábica deverá totalizar 41,5 milhões de sacas, elevação de 14% ante o ano anterior. Já a produção de café robusta deverá totalizar 22,8 milhões de sacas, elevação de 1,1 milhão de sacas em relação a 2021/22.

     Ainda conforme o adido do USDA, o Brasil deverá exportar 39,045 milhões de sacas em 2022/23, alta de 3% em relação a 2021/22 (39,992 milhões de sacas) diante da expectativa de um maior superávit exportável.

     Quanto ao consumo doméstico, a estimativa do USDA para 2022/23 é de 22,45 milhões de sacas, ante 22,34 milhões de sacas em 2021/22. Indicadores econômicos como o esperado crescimento modesto do Brasil, altos índices inflacionários e os altos preços do café no varejo criaram dificuldades para o crescimento do consumo doméstico de café no país.

Exportações

     As exportações brasileiras de café totalizaram 2,806 milhões de sacas de 60 kg em maio deste ano, com aumento de 5,1% em relação aos 2,669 milhões exportados no mesmo mês de 2021. Em receita, os embarques renderam US$ 668,1 milhões, com incremento de 83,1% contra maio de 2021. Os dados são do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). As informações partem da assessoria de comunicação do Cecafé.

     No acumulado de 11 meses da temporada 2021/22, entre julho de 2021 e maio de 2022, os embarques chegam a 36,288 milhões de sacas, 14,8% menos que o registrado no acumulado entre julho de 2020 e maio de 2021, quando o país exportou 42,597 milhões de sacas. Já em valores, houve aumento de 35,5% no intervalo, com a receita saindo de US$ 5,420 bilhões para os atuais US$ 7,344 bilhões.

COMERCIALIZAÇÃO

     A comercialização da safra brasileira de café de 2022/23 até o último dia 07 de junho alcançou 33% da produção, contra 31% do mês anterior. O dado faz parte de levantamento mensal de SAFRAS & Mercado. O percentual de vendas é inferior a igual período do ano passado, quando girava em torno de 40% da safra. O fluxo de vendas está acima da média dos últimos anos para o período (29%).

     Assim, já foram negociadas 20,22 milhões de sacas de uma produção estimada em 2022/23 por SAFRAS & Mercado de 61,1 milhões de sacas.

     Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, mesmo com o início da colheita da safra 2022/23, não se observa uma mudança na postura dos produtores. “É verdade que a colheita está atrasada, o que reduz a pressão física. E os preços, depois do tombo de fevereiro, andam, praticamente, de lado no físico interno. O fato é que o produtor mais capitalizado e já com um percentual mais alto comprometido da safra 2022 encurtou bastante a mão. A demanda externa também está menos afoita”, avalia. 

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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