Açúcar teve preços firmes em março com chuvas abaixo da média no Centro-Sul do Brasil

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    Porto Alegre, 28 de março de 2023 – As cotações internacionais do açúcar subiram em agosto, estendendo os ganhos de julho. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os contratos com entrega em maio do açúcar bruto fecharam a sessão do dia 27 de março a 22,19 centavos de dólar por libra-peso, ante 21,69 centavos em 31 de julho, alta de 2,3%.

Os futuros do açúcar subiram diante das chuvas abaixo da média no Centro-Sul do Brasil, que deverão afetar a produtividade da safra 2024/25 de cana-de-açúcar, que inicia oficialmente em primeiro de abril. Por outro lado, as safras acima do esperado na Índia e Tailândia contiveram os ganhos.

A Consultoria Safras & Mercado reduziu suas projeções para a moagem de cana e para a produção de açúcar da região Centro-Sul na safra 2024/25. A colheita de cana deverá totalizar 610 milhões de toneladas, ante as 650 milhões estimadas anteriormente. Já a estimativa da produção de açúcar foi reduzida de 42,5 milhões para 42 milhões de toneladas. Ao mesmo tempo, a produção de etanol hidratado no ciclo que inicia no dia primeiro de abril deverá totalizar 16,3 bilhões de litros, contra os 19 bilhões de litros projetados em fevereiro.

    Conforme o analista de Açúcar e Biocombustíveis da Safras & Mercado, Maurício Muruci, as chuvas entre dezembro e março ficaram muito abaixo da média histórica, o que vai comprometer a produtividade da cana. Com isso, a moagem total de cana do Centro-Sul deverá cair 9% ante as 670 milhões de toneladas estimadas para 2023/24. O corte apenas não é mais profundo devido ao retorno das chuvas ao longo da segunda quinzena de março, e que deverão se prolongar até o fim da primeira quinzena de abril, disse ele.

   Já a produção de açúcar do Centro-Sul seguirá praticamente estável, com as usinas enfrentando a necessidade de cumprir contratos de exportação firmados ainda no segundo semestre de 2023, com nível de preços acentuadamente mais altos do que os atuais, na base Nova York.

   A produção de etanol anidro também seguirá praticamente estável em função da necessidade de manutenção da oferta diante da perda de mercado do etanol hidratado para a gasolina que será vista a partir do final do primeiro semestre de 2024.

A aprovação do projeto Combustível do Futuro fará com que as usinas elevem a produção de anidro para o ano de 2025, quando a mistura de anidro na gasolina será elevada dos atuais 27,5% para 30,00%, resultando numa queda mais forte na produção de etanol hidratado, salientou Muruci.

Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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