São Paulo, 18 de junho de 2025 – A ação da Embraer opera em forte alta nesta quarta-feira após a empresa anunciar o recebimento de novos pedidos durante o Paris Air Show. O papel EMBR3 fechou o pregão com ganho de cerca de 4%, cotado a R$ 72,88 – a maior alta do Ibovespa.
EmbraerA Embraer anunciou um pedido firme da SkyWest para 60 aeronaves comerciais, com opção de mais 50. O pedido está avaliado em US$ 3,6 bilhões a preços de tabela (ou US$ 1,8 bilhão assumindo um desconto de 50%). As entregas começarão em 2027. A empresa também divulgou novos contratos para seu programa de pool de componentes com diversos outros clientes, bem como novas parcerias para converter aeronaves de passageiros em E-Freighters. Além disso, a Embraer anunciou que a Airlink planeja arrendar 10 novos E195-E2 do arrendador Azorra. A Lituânia, por sua vez, escolheu o Embraer C-390 Millennium como a aeronave de transporte militar de próxima geração do país, abrindo caminho para a aquisição de três jatos. Por fim, Eve assinou uma Carta de Intenções com a Future Flight Global para até 54 eVTOLs.
O Itaú BBA considera as notícias positivas e menciona que: considerando um desconto potencial de 50%, o pedido da Skywest pode levar a carteira de pedidos do 2T25 a atingir um novo nível recorde em comparação com os US$ 26,4 bilhões vistos no 1T25. “Acreditamos que uma ordem desta magnitude deverá desencadear uma forte reação hoje, confirmando o nosso otimismo sobre o evento Paris Air Show e apoiando ainda mais o nosso cálculo de TIR de 14% (nominal, USD) para a ação, já tendo em conta a recuperação de 7% desde o nosso relatório da semana passada”, comentou o banco de investimentos, em análise divulgada hoje. O Itaú BBA também avalia que o anúncio relacionado à Airlink poderá levar a novos pedidos da Azorra no futuro.
O Santander também destacou positivamente a notícia sobre o pedido da SkyWest, com a visão de que representa um acréscimo significativo à carteira (US$ 2,5 bilhões ao assumir um desconto de 30% no preço de lista, equivalente a um acréscimo de 26% à carteira de aviação comercial da empresa no 1T25 e um acréscimo de 10% à carteira consolidada, sem contabilizar as opções de compra). Na avaliação de seus analistas, esse pedido indica que a demanda por modelos E1 no NAFTA permanece forte e pode implicar que o fornecimento da indústria de aviação dos EUA versus a procura por pilotos poderá estar a melhorar e a favorecer a aviação regional, fazendo com que a procura reprimida de jatos regionais se transforme em encomendas.
“Além disso, observamos que, considerando a meta de entrega da própria Embraer (tomando como referência o ponto médio do alcance guiado de 81 aeronaves), os pedidos firmes de aviação comercial acumulados no ano de 2025 devem ajudar a fabricante brasileira de aviões a sustentar uma sólida relação book-to-bill de 0,8x no ano fiscal de 2025. Se considerarmos também as opções de compra dos pedidos, o book-to-bill poderia subir para 1,6x durante o ano”, comentou o Santander.
A Genial Investimentos comenta que a Airlink é a principal companhia full-service da África do Sul e avalia o anúncio de que a Embraer fechou acordo para arrendar dez jatos E195E2 da lessor Azorra, com entregas previstas a partir do final de 2025 até 2027, ou seja, uma expansão via leasing, “reforça a confiança na família EJet E2 em mercados maduros como o africano”. “A frota existente da Airlink hoje conta com 68 EJets e o novo modelo E2 promete reduzir o consumo de combustível em até 29%, além de aumentar a capacidade e eficiência”, acrescenta.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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