Porto Alegre, 26 de dezembro de 2025 – A avicultura de corte brasileira atravessou um ano desafiador em 2025. O que se desenhava como o maior volume de exportações da história acabou sendo comprometido pela ocorrência da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), que se consolidou como o principal fator de influência sobre o mercado ao longo do ano.
O analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, destaca que os embarques foram afetados pelos protocolos sanitários firmados com diversos países, e chamou a atenção a demora de importantes compradores em retomar as compras, mesmo diante da rápida atuação brasileira na contenção dos focos e no cumprimento das exigências sanitárias, postura que serviu de referência internacional.
No mercado interno, Iglesias afirma que o impacto foi potencializado por um ano de produção recorde, o que pressionou preços em vários momentos. Por outro lado, os custos de produção trouxeram algum alívio. A boa disponibilidade de milho e de farelo de soja manteve os custos de nutrição animal sob controle, atenuando perdas em um cenário comercial mais adverso.
Ao final de 2025, o analista ressalta que o setor encerra o ano com resiliência, mas com a clara necessidade de avançar em estratégias que reduzam a exposição a choques sanitários e comerciais no mercado global.
Exportações
As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 568,095 milhões em dezembro (15 dias úteis), com média diária de US$ 37,873 milhões. A quantidade total exportada pelo país chega a 327,390 mil toneladas, com média diária de 21,826 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.735,2.
Em relação a dezembro de 2024, há um avanço de 4,1% no valor médio diário, alta de 10,9% na quantidade média diária e baixa de 6,1% no preço médio. Os dados foram divulgados no último balanço do ano pela Secretaria de Comércio Exterior.
Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Safras News
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