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Ibovespa fecha em queda, com realização de lucros e clima de cautela; no mês, sobe 1,45%

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São Paulo, 30 de maio de 2025 – O Ibovespa operou e fechou em queda no último pregão do mês de maio, acompanhando o mau humor externo, com movimentos de realização de lucros diante do clima de cautela. O investidores também digeriram os números sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre e dados de inflação ao consumidor de abril nos Estados Unidos.

Entre os papéis de maior peso no índice que influenciaram na baixa do índice, Vale (VALE3) recuou 2,52%, Petrobras caiu 1,31% nas ordinárias (PETR3) e 1,08% nas preferenciais (PETR4) e os bancos do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Santander (SANB11) perderam 1,18%, 0,16% e 0,26%, respectivamente.

Os índices abriram em baixa em Wall Street, após comentários do presidente Donald Trump, criticando a China sobre a política tarifária. No Brasil, segue a preocupação fiscal, em meio as incertezas sobre o decreto do IOF e queda de popularidade do presidente Lula, que pode levar o governo a aumentar gastos.

O principal índice da B3 fechou em queda de 1,08%, aos 137.026,62 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho perdeu 1,04%, aos 138.160 pontos. O giro financeiro foi de R$ 26,5 bilhões. Na semana, o índice caiu 0,58%. No mês, subiu 1,45%. Em Wall Street, as bolsas fecharam mistas.

Christian Iarussi, especialista em investimentos e sócio da The Hill Capital, avalia que a sexta-feira foi marcada por tensão nos mercados, tanto lá fora quanto aqui, citando que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu o risco de uma guerra comercial ao acusar a China de violar o acordo tarifário firmado recentemente. “Isso gerou uma nova onda de aversão ao risco, e o mercado reagiu com queda das bolsas e alta do dólar.”

“Em Nova York, os principais índices operaram em baixa, com destaque para Nasdaq, pressionado pelas incertezas comerciais. Mesmo com dados positivos nos Estados Unidos como a inflação PCE abaixo do esperado e um sentimento do consumidor em alta o foco ficou nas declarações duras de Trump e do representante comercial americano, que classificou a postura da China como inaceitável”, contextualizou o especializa.

No Brasil, Iarussi explica que o Ibovespa acompanhou esse movimento, perdendo força durante o dia e tentando se manter acima dos 137 mil pontos. “Além do cenário internacional, o mercado local enfrentou a pressão da disputa pela Ptax, do avanço do dólar que chegou perto de R$ 5,74 e de uma piora na percepção fiscal.”

“Fica claro também que a queda na popularidade do presidente Lula elevou o receio de medidas econômicas populistas, justamente num momento em que o PIB do primeiro trimestre mostrou a economia aquecida. Com tudo isso no radar, o mercado preferiu adotar uma postura mais defensiva hoje, realizando lucros e elevando a cautela”, comentou.

Filipe Villegas, da Genial Investimentos, diz que há uma cautela em relação à situação fiscal brasileira, mas que a Bolsa ainda tem potencial para crescer mais e segue com viés otimista para o mês de junho.

O dólar comercial fechou a R$ 5,7201 para venda, com valorização de 0,93%. Às 17h05, o dólar futuro para junho tinha alta de 0,70% a R$ 5.709,000. O Dollar Index, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de unidades, subia 0,10% a 99,39 pontos.

A aversão ao risco no mercado internacional valorizou o dólar de forma generalizada. A grande preocupação ficou por conta do retorno dos ruídos sobre as negociações comerciais entre China e Estados Unidos. Internamente, a crise do IOF renovou dor de cabeça do mercado com a questão fiscal.

Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, lembra ainda o reflexo da usual pressão técnica pela formação da Ptax do mês e também por mais um dia de fortalecimento global do dólar. “A disputa judicial envolvendo tarifas comerciais nos EUA e as declarações recentes de Donald Trump reacenderam receios sobre o futuro da trégua tarifária com a China. A possibilidade de ruptura nesse acordo gera preocupação, sendo um fator que pode minar o otimismo recente que levou a uma rápida recuperação das bolsas globais”.

“Além disso, questões fiscais internas relacionadas ao aumento do IOF e incertezas sobre medidas de arrecadação compensatórias reforçam uma postura defensiva dos investidores domésticos. Apesar da leve desaceleração nos indicadores econômicos dos EUA, como o PCE e o PMI, a cautela prevalece devido às indefinições em torno da política monetária do Fed e do comércio internacional”, completa Shahini.

Segundo o analista da Potenza Capital Bruno Komura, os fatores locais prejudicaram, “mas tem um grande nível de aversão ao risco com o temor de que a negociação entre China e Estados Unidos não se concretize”.

Para o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, por mais que o movimento de hoje estivesse alinhado aos pares, o Brasil poderia aproveitar as chances de ser um do países menos afetados pelas tarifas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: “As empresas não vêm para cá pelo fiscal e pelo aspecto estrutural. O governo só faz medidas de curto prazo para investir na popularidade”, diz.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que pretende conversar com o presidente da China, Xi Jinping, com o objetivo de resolver as crescentes tensões comerciais entre os dois países. A declaração veio após Trump ter acusado Pequim de descumprir um acordo previamente firmado com Washington. “Tenho certeza de que falarei com o presidente Xi, e esperamos resolver essa situação”, disse Trump durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca.

Os indicadores divulgados hoje pouco mexeram no mercado. Nos Estados Unidos, o índice de preços para os gastos pessoais (PCE) subiu 0,1% em abril na comparação mensal, depois da estabilidade registrada em março. Na comparação anual, o índice subiu 2,1% em abril, menor que os 2,3% de março. A previsão era de alta de 0,1% no PCE em termos mensais e de alta de 2,2% em base anual. O PCE é o indicador usado pelo banco central dos Estados Unidos (Fed) como referência para medir a inflação. O núcleo do PCE, que exclui do cálculo os preços de alimentos e energia, subiu 0,1% em termos mensais e cresceu 2,5% em termos anuais em abril, ante 0,1% e 2,7% registrados em março.

No Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1,4% no primeiro trimestre de 2025. Já na comparação com o mesmo período de 2024, a alta foi de 2,9%. Tanto a comparação trimestral quanto a anual vieram abaixo das projeções de 1,5% e 3,10%, respectivamente, medidas pelo Termômetro Safras.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta. O clima de aversão ao risco no mercado financeiro global também contaminou os juros no Brasil. Os novos ruídos comerciais envolvendo os Estados Unidos estressaram as taxas.

Às 16h20 o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,790% de 14,755% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,135%, de 15,040%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,620%, de 13,530%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,590% de 13,520% na mesma comparação. O dólar opera em alta de 0,85%, cotado a R$ 5,7159 para venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão desta sexta-feira em campo misto, pressionados por novas declarações do presidente Donald Trump e pelo impasse judicial em torno da política tarifária contra a China. Em uma publicação nas redes sociais, o republicano acusou Pequim de ter “violado” o acordo comercial preliminar com Washington, reacendendo o receio de que os dois países estejam próximos de uma nova escalada nas tensões comerciais.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,13%, 42.270,07 pontos

Nasdaq 100: -0,32%, 19.113,77 pontos

S&P 500: 0,00%, 5.911,69 pontos

Confira abaixo a variação e a pontuação na semana:

Dow Jones: +1,60% Nasdaq 100: +2,01% S&P 500: +1,88%

Confira abaixo a variação e a pontuação no mês:

Dow Jones: +3,94% Nasdaq 100: +9,56% S&P 500: +6,15%

Dylan Della Pasqua, Paulo Holland e Larissa Bernardes / Safras News

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