A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+, que inclui a Rússia) aprovou hoje um mecanismo para estabelecer as metas de produção de petróleo (“baselines”) que vigorarão em 2027, segundo comunicado do grupo. Enquanto isso, fontes indicam que oito membros da aliança – incluindo Arábia Saudita e Rússia – devem decidir no sábado sobre um novo aumento de produção de 411 mil barris por dia (bpd) para julho, repetindo os volumes de maio e junho. A medida busca equilibrar o mercado diante da recuperação dos preços, que subiram para cerca de US$ 65 após caírem para menos de US$ 60 em abril.
A definição das novas metas foi polêmica, com países como Emirados Árabes e Iraque pressionando por cotas mais altas devido ao aumento da capacidade produtiva, enquanto nações africanas enfrentam declínios – conflito que levou Angola a deixar o grupo em 2024. O mecanismo aprovado prevê que a secretaria da Opep avaliará a capacidade máxima de produção de cada país para estabelecer as referências de 2027. A reunião desta quarta não alterou a política atual de cortes, que inclui três camadas de reduções (duas válidas até 2026).
O possível aumento de julho faz parte do desenrolar gradual dos cortes mais recentes, que podem ser totalmente eliminados até outubro. Analistas veem a decisão como uma tentativa da Opep+ de evitar excesso de oferta no segundo semestre, quando novos projetos de xisto devem entrar no mercado. O grupo mantém cautela diante das incertezas sobre demanda global, agravadas pelas tarifas comerciais impostas pelo governo Trump e pelo crescimento econômico desacelerado.

