Porto Alegre, 5 de julho de 2024 – O mercado interno de algodão teve uma semana de preços firmes, descolado do referencial de Nova York. A demanda apareceu com apetite, mas, diante da oferta curta, acabou subindo suas bases, informou a Safras Consultoria.
Na quinta-feira (4), o valor pago pela pluma em Rondonópolis (MT) chegou a R$ 3,87 por libra-peso (equivalente a R$ 128,10 por arroba), alta de 2,49% em relação ao dia anterior. Na comparação com uma semana, quando trocava de mãos a R$ 3,76 por libra-peso (ou R$ 124,41 por arroba), houve alta de 2,97%.
A indústria local também teve mais interesse ao longo dos últimos dias, porém trabalhando da mão para boca. O algodão colocado no polo industrial de São Paulo subiu 1,98%, cotado em torno de R$ 4,13/libra-peso. Em relação a quinta-feira, 27 de junho, o algodão teve alta 3,51%, quando era negociado a R$ 4,13/libra-peso.
O algodão comercializado dentro porto FOB de Santos encerrou a quinta-feira (4) com alta, cotado a 72,12 centavos de dólar/libra-peso ante 69,38 centavos de dólar/libra-peso da véspera, e ficou mais caro em relação à semana anterior, quando era cotado a 69,80 centavos de dólar/libra-peso. Com base no referencial de Nova York de quarta-feira (3), que estava em 72,36 centavos/libra-peso contra o contrato dezembro/24, e os ganhos do algodão brasileiro no FOB exportação, o prêmio indicado quase chegou à paridade da ICE US e fechou o dia 4 indicado em -0,24 centavos/libra-peso. No dia 3, era -3 centavos/libra-peso, e há uma semana era -4,78 centavos/libra-peso.
Safra Mato Grosso – Imea
A estimativa da área cultivada de algodão, em Mato Grosso, permaneceu em 1,44 milhão de hectares, incremento de 19,77% ante o observado na safra 2022/23. Desse modo, estimam-se que 264,96 mil hectares são oriundos da primeira safra e 1,18 milhão de hectares de segunda safra, aumento de 43,02% e 15,54% ante a temporada passada, respectivamente. Cabe destacar que a menor rentabilidade do milho, somada com a redução no custo de produção do algodão, estimulou os cotonicultores a investirem no algodão.
Em relação à produtividade, projeta-se um rendimento médio de 291,15 @/ha para o ciclo 2023/24, redução de 6,42% ante a safra passada. Apesar da redução, a expectativa de produtividade ainda é a terceira maior da série histórica do Imea, tendo em vista que as boas condições climáticas no decorrer da temporada contribuíram para o desenvolvimento do algodão.
É importante salientar que a colheita do algodão já iniciou no estado, e com o avanço dos trabalhos a campo, será possível mensurar com maior precisão produtividade final da safra. Diante da manutenção dos indicadores de área e produtividade, a produção do algodão em caroço ficou estimada em 6,29 milhões de toneladas, incremento de 12,08% ante o ciclo 2022/23. No que tange a pluma, espera-se uma produção de 2,61 milhões de toneladas, 12,32% a mais do que o registrado na safra passada.
Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Safras News
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