Porto Alegre, 20 de janeiro de 2023 – O mercado brasileiro de arroz teve uma semana de poucos negócios, mas ainda de preços firmes. “Os indicativos continuam com viés altista, diante de uma perspectiva de queda significativa da safra e uma forte demanda externa pelo cereal brasileiro”, explica o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira.
Outro fator que segue preocupando os agentes é a situação hídrica gaúcha. “Porém, para este final de semana, a expectativa é de um bom volume de chuvas no sul do país”, destaca o analista. “Com o enfraquecimento da moeda norte-americana, as paridades de importação têm reduzido e o avanço das compras externas de arroz tem sido favorecido”, pondera.
Na média do Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, a saca de 50 quilos do cereal em casca encerrou a quinta-feira (19) cotada a R$ 93,02, um avanço de 0,40% em relação a semana anterior, 1,56% mais alto frente ao mesmo período do mês anterior e 48,90% superior quando comparado ao mesmo período do ano de 2021.
No dia 14 de fevereiro, acontece o encontro da Câmara Setorial do Arroz, do Ministério da Agricultura. Mais uma vez a reunião sai de Brasília (DF) para ser realizada a Abertura da Colheita gaúcha, na Estação Experimental Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS).
O presidente da Câmara Setorial do Arroz, Daire Coutinho, explica que entre as pautas do encontro estará a definição de um diagnóstico que será feito pela Embrapa e pelo Cepea sobre a cadeia produtiva do arroz, desde o plantio até a gôndola do supermercado. “Isso vai diagnosticar todos os momentos da produção de arroz e um trabalho do Cepea e da Embrapa em fazer o diagnóstico destes momentos. Isto foi muito trabalhado pela Câmara para a obtenção destes recursos para o estudo e imaginamos que a partir de março vai se iniciar este trabalho. E na reunião será definido por onde começar e quais os interesses do setor este estudo deve identificar”, ressalta.
Outro ponto que deve ser debatido, conforme Coutinho, é a redução de área da cultura do arroz no Brasil todo. “Há 18 anos praticamente que o país reduz sua área de arroz e agora nos últimos três anos houve uma mais acentuada redução da área no Rio Grande do Sul. É importante esta discussão para amparar essa nova situação de mercado e teremos um debate também em relação aos custos de produção na lavoura de arroz que são crescentes nos últimos anos e inviabilizam a prática dos preços históricos. O setor precisa buscar preços mais elevados para buscar pagar esse custo mais alto”, salienta.
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Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS
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