Café voa aos níveis mais altos em 6 meses em NY temendo safras menores no Brasil

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     Porto Alegre, 26 de agosto de 2022 – A semana foi agitada e de fortes altas para o café no mercado internacional. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), referência global, o arábica atingiu os preços mais elevados em 6 meses nesta quinta-feira (25 de agosto), diante de preocupações com a safra atual do Brasil e com a safra futura de 2023.

     Informações do sul de Minas Gerais, maior região produtora de arábica do Brasil, e também de outras áreas, dão conta de que a safra de 2022 deve ficar abaixo das expectativas, em função dos prejuízos com seca e geadas em 2021. E há preocupações com prejuízos para o potencial produtivo também de 2023, com as notícias de que chuvas geraram a abertura de floradas precoces no sul de Minas Gerais, que podem não vingar em frutos, não ter o pegamento dessa florada, se não houver a continuidade de precipitações.

     “É importante notar que o reporte de floradas precoces de arábica da safra 2023, embora vistosas, trouxe mais pessimismo que otimismo, uma vez que os mapas não indicam chuvas para áreas de café brasileira ao longo das próximas semanas. E isso eleva o risco de abortamento. Assim, a primeira impressão em relação à próxima safra brasileira não é tão positiva como o mercado esperava. E isso também serve de suporte para as cotações”, ressaltou o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach. O mercado também reflete o aperto na oferta de café no disponível. Barabach cita ainda a queda na produção de suave na Colômbia e de robusta no Vietnã, nesse final de ciclo comercial 21/22.

     Ele indica que o rally do café na ICE US é sustentado por fundamentos firmes, direcionado por um financeiro mais positivo e impulsionado pelo rompimento de importantes linhas técnicas de alta. Os ganhos no petróleo, que volta a trabalhar acima da linha de US$ 100 o barril para o tipo brent, ajuda a puxar o índice de commodities CRB, que flerta com a linha de 300 pontos, e serve de gatilho de alta para o café. A queda do dólar frente ao real também favorece a alta do arábica nova-iorquino, destaca.

     No balanço dos últimos sete dias, entre 18 e 25 de agosto, os contratos para dezembro em NY subiram de 211,85 para 239,50 centavos de dólar por libra-peso, uma valorização de 13%. Em Londres, o contrato novembro do robusta no mesmo comparativo subiu 4,2%.

     O mercado físico brasileiro de café teve também altas nos preços seguindo as bolsas. Os compradores procuram trabalhar da mão para boca, cautelosos. Mas os vendedores também vendem somente o necessário para o curto prazo esperando reflexos maiores nas cotações domésticas.

     No balanço entre 18 e 25 de agosto, o café arábica bebida boa no sul de Minas Gerais subiu na base de compra de R$ 1.270,00 para R$ 1.330,00 a saca, alta de 4,7%. O conilon tipo 7 em Vitória/Espírito Santo, entre 18 e 25 de agosto, avançou de R$ 725,00 para R$ 750,00 a saca, valorização de 3,4%.

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     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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