Porto Alegre, 17 de junho de 2022 – Os preços internacionais do açúcar caíram na primeira quinzena de junho estendendo as perdas de outubro. Os contratos com entrega em julho de 2022 do açúcar bruto negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão do dia 15 cotados a 18,46 centavos de dólar por libra-peso, ante 19,40 centavos em 30 de abril, queda de 5%, atingindo mínimas de um mês.
Segundo analistas, expectativas de boas safras no Brasil, Índia e Tailândia sugerem que haverá ofertas mais do que adequadas de açúcar na próxima temporada. Isso pressiona os contratos, assim como o fortalecimento do dólar, que, próximo de máximas de 20 anos ante uma cesta de moedas, torna os ativos denominados na moeda norte-americana mais caros para detentores de outras divisas.
A Índia pode produzir um recorde de 36 milhões de toneladas de açúcar em 2021/22, quase 3% a mais do que o estimado, já que a produção aumentou mais do que o previsto no estado de Maharashtra e no vizinho Karnataka. A produção recorde do maior produtor de açúcar do mundo pesa sobre os preços globais, mas ajuda o país do sul da Ásia a manter amplos estoques para uso doméstico, mesmo que exporte todas as 10 milhões de toneladas permitidas pelo governo, o que também significaria um recorde para as exportações, conforme noticiou a Reuters.
Exportação
A receita diária média obtida com as exportações brasileiras de açúcar e outros melaços totaliza US$ 37,678 milhões em junho (oito dias úteis até o domingo, 12). Já o volume médio diário de exportações atingiu 98,145 mil toneladas.
Foram exportadas 785.159 toneladas de açúcar no período, com receita total de US$ 301,425 milhões e um preço médio de US$ 383,90 por tonelada.
Na comparação com a média diária de maio de junho, de US$ 43,935 milhões, verificou-se queda de 14,2% no valor obtido diariamente pelas exportações de açúcar em junho de 2022.
Em volume, houve queda de 25,1%, ante as 131,102 mil toneladas diariamente embarcadas em junho de 2021. Já o preço médio subiu 14,6%, ante os US$ 335,10 por tonelada verificados em junho de 2021.
Os dados partem da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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