Oferta curta sustenta preços do milho em janeiro

1004

     Porto Alegre, 28 de janeiro de 2022 – O mercado brasileiro de milho registrou preços em elevação ao longo do mês de janeiro. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, os preços continuam bastante firmes na Região Sul, com oferta curta, o que mantém as bases próximas da linha de 100 reais a saca.

     Com o clima seco na Região Sul, a produção de verão foi comprometida e garantiu a sustentação. Na Bolsa de Mercadorias de Chicago, os preços subiram, também reflexo dessa expectativa de menor oferta mundial.

     A saca de 60 quilos subiu de R$ 94,00 para R$ 100,00 no mercado CIF de Campinas em janeiro. No mesmo período, o preço subiu de R$ 92,00 para R$ 98,00 em Cascavel (PR) e de R$ 80,00 para R$ 82,00 em Rondonópolis (MT.

     Os contratos com vencimento em março apresentaram valorização de 5,4% em janeiro na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), encerrando a quinta, 27, a US$ 6,25 ¼ por bushel. Já o dólar comercial recuou 2,73% no período, atingindo R$ 5,424.

     Safra

     A produção brasileira de milho em 2021/22 deverá atingir 115,640 milhões de toneladas, segundo a nova estimativa divulgada por SAFRAS & Mercado. “O volume é inferior às 116,085 milhões de toneladas previstas em dezembro, mas ainda fica bem acima das 90,77 milhões produzidas na temporada 2020/21. O ajuste em relação aos números divulgados no mês passado leva em conta os problemas de estiagem registrados nos estados do Sul do Brasil”, ressalta o analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari.

     Para a safra de verão 2021/22 a produção de milho foi revista para baixo novamente por SAFRAS & Mercado devido às perdas de produção causadas pelo fenômeno climático La Niña no Paraná e no Rio Grande do Sul. A colheita deverá atingir 21,590 milhões de toneladas, aquém das 22,556 milhões de toneladas projetadas em dezembro e abaixo também das 21,645 milhões de toneladas colhidas na primeira safra 2020/21.

     Molinari destaca que a safra do Rio Grande do Sul tem quebras previstas até agora de 22,5% frente às 3,762 milhões de toneladas colhidas em 2020/21, ficando em 2,914 milhões de toneladas, mesmo volume indicado em dezembro. “A safra do Paraná tem uma expectativa de perda de 10,7% em relação às 4,157 milhões de toneladas produzidas na temporada de verão passada, ficando em 3,712 milhões de toneladas. Em dezembro, a safra paranaense havia sido indicada em 4,285 milhões de toneladas”, afirma.

     O analista comenta que para a safrinha 2021/22 a área deverá crescer 1,1% na comparação com os 14,401 milhões de hectares cultivados em 2020/21, atingindo 14,561 milhões de hectares, acima dos 14,345 milhões de hectares previstos em dezembro. A produtividade média da segunda safra deve chegar a 5.635 quilos por hectare, menor frente aos 5.695 quilos por hectare indicados no mês passado, mas superando os 3.968 quilos por hectare colhidos na safrinha 2021. “A produção da segunda safra 2021/22 deverá chegar a 82,051 milhões de toneladas, acima das 57,153 milhões de toneladas colhidas na segunda safra 2020/21 e à frente das 81,697 milhões de toneladas de milho previstas para a safrinha em dezembro” compara.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2022 – Grupo CMA