Mercado suíno registra negócios acomodados no Brasil

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     Porto Alegre, 10 de janeiro de 2010 – O mercado brasileiro de carne suína registrou preços acomodados ao longo da semana, de estáveis a levemente mais altos. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, o ambiente de negócios entre atacado e varejo evoluiu de maneira calma no decorrer da quinzena, com cautela das redes varejistas. “A demanda se retraiu na comparação com o período de festas do final de 2019. Por outro lado, a disponibilidade interna permanece equilibrada, reflexo do alto fluxo de exportações, o que garante sustentação para as cotações do animal vivo e dos principais cortes do atacado”, pontua.

     Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil passou de R$ 5,30 para R$ 5,31, alta de 0,06%. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado não se alterou e seguiu em R$ 9,34. A carcaça registrou um valor médio de R$ 9,08, também sem alterações ante a semana anterior.

     O analista afirma que os granjeiros devem se atentar ao custo do arraçoamento animal, que permanece em tendência de alta, acompanhando os preços do milho, o que acaba apertando as margens operacionais da atividade. “Com uma safra verão reduzida com dificuldades na questão logística, a tendência é que os preços do cereal apresentem novas altas”, sinaliza.

     Maia destaca que os embarques de carne suína foram recordes em dezembro do ano passado e a expectativa é de continuidade de bons resultados, considerando o quadro complicado do mercado chinês. “Este país enfrenta um grande déficit de oferta e os preços da carne suína seguem inflacionados, o que deve levar o país asiático a atuar com intensidade nas importações ao longo dos próximos meses”, pontua.

     Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as vendas de carne suína do Brasil alcançaram volume recorde em 2019. Ao todo, foram embarcadas 750,3 mil toneladas ao longo dos 12 meses do ano passado. O saldo é 16,2% superior ao registrado em 2018, quando foram embarcadas 646 mil toneladas.

     Apenas em dezembro, foram embarcadas 76 mil toneladas, volume 35,1% maior em relação ao mesmo período de 2018, com 56,2 mil toneladas. É o maior embarque mensal já registrado na história do setor.

     Em receita, o saldo das vendas alcançou US$ 1,597 bilhão, número 31,9% maior que o resultado de 2018, com US$ 1,2 bilhão. Em dezembro, as vendas chegaram a US$ 183,6 milhões – maior saldo mensal já alcançado pelo setor.

     As vendas para a Ásia – região fortemente impactada por focos de Peste Suína Africana (PSA) – foram o grande impulso das exportações de 2019. A China, que assumiu o primeiro lugar nas importações já no primeiro mês do ano passado, importou 248,80 mil toneladas, volume 61% superior ao total embarcado em 2018. Também impactado pela PSA, o Vietnã aumentou suas importações em 82,6%, com total de 13,54 mil toneladas em 2019.

     “A crise sanitária na Ásia reconfigurou o comércio internacional de proteína animal.  A China, que foi a maior afetada, ampliou sua capacidade de importação de carne suína brasileira com a habilitação de novas plantas em novembro de 2019. Este é um dos fatores que devem favorecer o aumento das vendas brasileiras em 2020, já que os indicadores de instituições como o Rabobank demonstram que este quadro deve perdurar no mínimo ao longo do ano”, analisa Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA.

     A análise de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo ao longo da semana ficou em R$ 121,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 4,20. No interior do estado a cotação continuou em R$ 5,60.

     Em Santa Catarina o preço do quilo na integração permaneceu em R$ 4,30. No interior catarinense, a cotação avançou de R$ 5,70 para R$ 5,75. No Paraná o quilo vivo continuou em R$ 5,70 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo permaneceu em R$ 4,20.

     No Mato Grosso do Sul a cotação na integração permaneceu em R$ 4,30, enquanto em Campo Grande o preço seguiu em R$ 4,50. Em Goiânia, o preço continuou em R$ 6,30. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno seguiu em R$ 6,40. No mercado independente mineiro, o preço continuou em R$ 6,50. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis continuou em R$ 4,80. Já na integração do estado a cotação seguiu em R$ 4,10.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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