Porto Alegre, 1 de julho de 2020 – O estado baiano deu início nos últimos dias aos trabalhos no campo para colher a segunda maior produção de algodão do país. A colheita da pluma ainda está abaixo de 10% e o estado espera uma produtividade acima de 300 arrobas por hectare, o resultado vem um pouco abaixo do registrado da melhor safra em 2018/19 que foi de 330 arrobas mas ainda representa o dobro do principal concorrente, os Estados Unidos. As informações são da Bolsa Brasileira de Mercadorias BBM
Se por um lado, a expectativa da safra é de ótima produção, boa produtividade e excelente qualidade da pluma, no quesito comercialização a história é bem diferente. “Infelizmente, nós estamos vivendo um momento mundialmente difícil e não poderia ser diferente para a cultura do algodão, principalmente, porque o consumo de roupas caiu muito durante a pandemia”, declara Júlio Busato, presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). A queda global do consumo gira em torno de 30%.
O mercado ficou praticamente parado com a interrupção das atividades na indústria têxtil e, consequentemente, os preços também desabaram. Faltou demanda e sobrou oferta. “Vamos passar por um momento de dificuldade de caixa mas, felizmente, o algodão é um produto que pode ser armazenado então é nisso que os produtores estão trabalhando, vamos torcer para que o consumo se aqueça logo, assim como os preços para remunerar o produtor”, torce Busato.
Em função do atual cenário gerado pela pandemia, a Bahia calcula uma redução na área plantada em torno de 20% para a próxima safra. “Isso é ruim para a economia local porque o algodão é importante economicamente. Ele gera um faturamento três vezes maior que a soja e emprega cinco vezes mais do que a oleaginosa. Em função dessa baixa demanda, vamos reduzir a produção, mas isso é momentâneo, logo a gente atravessa isso e volta a crescer”, enfatiza.
Além da expectativa de que tempos melhores logo virão, a associação também destaca o aproveitamento do produto. Atualmente, 100% do caroço do algodão da Bahia – um total de 900 mil toneladas por safra -, têm como destino a ração animal de dentro do próprio estado ou é destinado para outros estados do nordeste. “Esse produto serve principalmente para ração do gado de leite por ter uma excelente qualidade nutritiva”, destaca.
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