Porto Alegre, 4 de fevereiro de 2022 – A recente volatilidade das principais variáveis formadoras de preços – dólar e preços internacionais – vem resultando numa redução do ritmo dos negócios com trigo no Brasil. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, além disso, as indicações de preços estão desencontradas.
O vendedor, sabendo que no pico da entressafra pode encontrar momentos mais atrativos para negociar, segue inflexível em suas pedidas, que ficam por volta de R$ 1.800/tonelada no Paraná e de R$ 1.650/tonelada no Rio Grande do Sul. O comprador segue olhando para os níveis de paridade (de importação no Paraná e de exportação no Rio Grande do Sul), que com a recente queda do dólar em relação ao real, baixaram. Indicação de compra entre R$ 1.700 e R$ 1.750 no mercado paranaense e de R$ 1.580 a R$ 1.600 no gaúcho.
Oferta global
A produção mundial de trigo em 2021/22 deverá totalizar 775,6 milhões de toneladas, contra 776,1 milhões do ano anterior.
A estimativa faz parte do relatório de fevereiro do Sistema de Informação do Mercado Agrícola (AMIS), órgão do G-20 para divulgar dados de oferta e demanda das principais commodities globais. No relatório anterior, a previsão era de 769,6 milhões de toneladas.
A previsão foi elevada devido à expectativa de safras maiores na Argentina e na Austrália. Com isso, a produção global projetada se aproxima do número recorde do ano anterior.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica produção global de 778,6 milhões para 2021/22. O Conselho Internacional de Grãos indica safra de 781,3 milhões de toneladas para 2021/22.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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